A edição de hoje
Rute Soares nomeada técnica especialista na Secretaria de Estado do Desporto. Deixou Federação após buscas relacionadas com a antiga sede.
O secretário de Estado do Desporto nomeou para o seu gabinete uma antiga diretora da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que deixou o organismo este ano depois de ter sido afastada de funções. Rute Soares e outros três diretores foram suspensos, em março, pela direção da FPF, após as buscas policiais no âmbito da operação 'Mais-Valia'. O presidente Pedro Proença não ficou satisfeito com as explicações dadas sobre o negócio que envolveu a antiga sede e decidiu suspender os quatro diretores, embora nenhum deles tenha sido implicado, até à data, na investigação judicial.
Ainda antes de serem emitidas notas de culpa, a 29 de abril a FPF comunicou ter rescindido a ligação com os diretores em causa. Três meses depois, Rute Soares é contratada, "no âmbito das suas qualificações académicas e profissionais", pelo secretário de Estado do Desporto, seu ex-colega na FPF. Pedro Dias foi diretor-executivo para a área do futsal quando Rute Soares era a diretora de Integridade e Compliance, com Fernando Gomes à frente da FPF.
Enquanto técnica especialista, Rute Soares, que é formada em direito - tem a inscrição na Ordem dos Advogados suspensa a seu pedido -, vai receber um ordenado mensal de praticamente quatro mil euros. Fica ainda autorizada, segundo o despacho publicado em Diário da República na passada terça-feira, e que produz efeitos a 8 de julho, a "exercer atividades de formação e investigação na área do compliance para a ética e integridade" - área em que fez várias formações e tem bibliografia publicada -, e a "exercer as funções de inspetora de ética e disciplina da UEFA e da FIFA".
PORMENORES
As suspeitas na operação 'Mais-Valia'
Recebimento indevido de vantagem, corrupção, participação económica em negócio e fraude fiscal são os crimes investigados no negócio que envolveu a venda da antiga sede da FPF, com suspeitas de pagamento de luvas. António Gameiro, ex-deputado do PS, e Paulo Lourenço, ex-secretário-geral da FPF, são os arguidos.
Proença acusado de 'limpeza'
Críticos de Pedro Proença consideram que este aproveitou a operação 'Mais-Valia' para afastar quatro diretores da confiança do ex-presidente da FPF, Fernando Gomes. Fonte próxima de Proença nega a acusação e refere que o quarteto não deu explicações "convincentes" sobre esta e outras situações detetadas na federação.
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