Manuel Fernandes, símbolo do Sporting, acredita que o clube ainda tem uma palavra importante a dizer na Liga.
Correio Sport – Está sem treinar, mas acompanha o futebol português. Que ideia geral tem da Liga Portuguesa?
Manuel Fernandes – Nota-se que muitos clubes estão cada vez com maiores dificuldades financeiras, nota-se um certo desinvestimento nas contratações de maior impacto, obrigando os clubes a investir sobretudo na formação, não só os grandes. Tem havido surpresas: uma é o V. Guimarães, com jogadores portugueses, a outra é o Belenenses, com muitos jogadores que estão a ser bem potenciados pelo Lito Vidigal a formar uma equipa com estabilidade.
– Como tem visto o Sporting?
– Apesar de estar um pouco afastado na classificação da Liga, o Sporting continua com uma boa equipa, manteve a estrutura da época anterior, mudou de treinador, mas mantém uma filosofia mais ou menos semelhante. E é um prazer para qualquer sportinguista ver a equipa jogar com sete ou oito jogadores formados no clube. É inédito e de aplaudir. Na Taça de Portugal já eliminámos o FC Porto, que tem, a meu ver, o plantel melhor apetrechado para ser campeão, e na Liga dos Campeões falta um ponto para atingir os oitavos de final. Na Liga, o Sporting ainda tem uma palavra importante a dizer.
– Como treinador, que diferenças encontra entre Leonardo Jardim e o atual treinador do Sporting, Marco Silva?
– Com Marco Silva o Sporting joga um futebol mais ofensivo. No ano passado, o Sporting não jogava tanto para o espectador. Este ano joga mais para o público, corre mais riscos defensivos, mas não se deve falar só num setor. Isto pode ser visto como uma manta: por vezes, para tapar os pés, destapamos a cabeça, e vice-versa. No ano passado o Sporting jogava com os pés bem tapados e este ano joga com os pés um pouco mais de fora. Mas eu gosto mais do futebol do Sporting desta época. Não é censura a Jardim, que sabia os recursos que tinha e fez uma grande temporada com a equipa. Jardim era mais pragmático, Marco é mais ousado.
– Que importância atribui a Nani na equipa? É o Ronaldo do Sporting?
– Acho isso mesmo. Nani é o Cristiano Ronaldo do Sporting. Foi a melhor aquisição para a equipa, veio dar o toque de classe que faltava. Ele pode modificar muito dentro da estrutura do jogo do Sporting. Está ao nível dos melhores jogadores do Mundo. Tem a importância para o Sporting que tem o Ronaldo para o Real Madrid.
– Falta um ponto ao Sporting para chegar aos ‘oitavos’ da Champions. A equipa deve jogar para o empate em Londres ante o Chelsea ?
– Deve procurar jogar sempre para ganhar, mesmo sabendo da dificuldade do jogo e da valia do Chelsea, que teve dois reforços cirúrgicos que melhoraram muito a equipa – Diego Costa e Fàbregas. Mas acredito no Sporting e o próprio Schalke terá um jogo muito difícil em Maribor.
– Que balanço faz do trabalho do presidente Bruno de Carvalho no Sporting?
– Tem feito muito. O presidente manteve uma política de contenção, manteve jogadores da formação e eu ainda estive três meses a trabalhar com ele como dirigente da equipa B. Uma das perguntas que lhe fiz foi se ele tinha condições para ir buscar 3 ou 4 jogadores de classe para valorizar aqueles que estavam na Academia. Disse-me que sim. Houve um certo exagero nas contratações feitas. Já foi assim no tempo de Godinho Lopes. Na Academia já existia uma fornada muito boa de jogadores, casos de Esgaio, Mané, Tobias e João Mário, todos com condições para chegar à equipa principal, onde já tinham chegado Ilori, Bruma e Dier. E também há Iuri e Chaby, para falar de alguns da equipa B.
– Que conceito defende?
– O Sporting deve dar prioridade aos jogadores da formação em caso de igualdade de valor com jogadores que vai contratar. Gostava que se continuasse a rentabilizar a formação.
– O Sporting precisa de resolver a questão dos centrais em janeiro, na reabertura do mercado?
– Paulo Oliveira não é tecnicista, mas é prático, não inventa. Maurício tem oscilado este ano entre o razoável e o menos razoável e o Sarr tem tido algumas infelicidades e lapsos. Acho que o Sporting precisava de um pouco mais de experiência.
– O que poderia ser uma boa época para o Sporting?
– O Sporting tem possibilidades de lutar pelo título. Como sportinguista, ficaria satisfeito se nos apurássemos para a Liga dos Campeões, mantendo a aposta na formação e ganhando uma Taça (Portugal ou Liga). Precisamos de uma conquista.
– Bruno de Carvalho fez bem em criticar publicamente os jogadores pela derrota em Guimarães?
– Falando como jogador, penso que seria preferível fazê-lo no recato do balneário, mas o presidente não ficou contente. A equipa já fez excelentes jogos e bons resultados depois disso. Não vale a pena falar mais dessa situação.
– O Benfica ficou afastado das provas europeias. Ficou surpreendido?
– O Benfica apanhou o pior grupo da Champions, atendendo a que era cabeça de série. Os benfiquistas têm de reconhecer que o Benfica deste ano não é o mesmo da época passada. Não pode vender quatro jogadores e querer os mesmos resultados. Não há treinador que resista. Não é por isto que Jesus não deixa de ser um grande treinador.
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