Pela forma como os treinadores abordaram este jogo, dificilmente o resultado poderia ter sido outro.
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Num clássico de risco zero, o resultado dificilmente seria outro que não um destemperado 0-0. Ambos os treinadores amarraram o jogo na esperança, vã, de chegar ao golo através de uma luminosa ação individual ou então à custa de um erro do adversário. Nada disso aconteceu e tudo acabou como começou. Sem golos, sem brilho, quase sem emoção.
O resultado interessa naturalmente mais ao FC Porto. Porque vai na frente, porque tem boa vantagem sobre os rivais e também porque risca no calendário a passagem pelo campo onde, desde a mudança do milénio, mais dificuldades sente em ganhar, em jogos da Liga. O empate agrada a Sérgio Conceição, apesar de ver quebrada a série de 18 vitórias consecutivas em várias frentes, perdendo a oportunidade de conseguir um máximo histórico no futebol português.
Já ao Sporting, pelo atraso de oitos pontos na classificação que praticamente o t ira da corrida ao título, não se entende o conformismo. Há um momento paradigmático da ambição leonina, neste jogo. Aconteceu aos 90’, quando Wendel é substituído. A equipa precisa de ganhar, para recuperar o atraso na tabela. Mas quem entra é Petrovic, um tampão do meio-campo. Dir-se-ia que para segurar o resultado. Um espelho da ambição, ou da falta dela.
A primeira parte foi um bocejo. Ambos os treinadores apostaram em onzes sem surpresas, recusando sair das suas áreas de conforto. O Sporting joga no habitual 4x3x3 mas a bola não entra nas alas e assim o jogo não flui. O FC Porto opta por um contido 4x4x2 com Brahimi muito virado para ações interiores de forma a manter controlo no meio-campo. A bola raramente chega a Soares ou a Marega. E a ideia primordial de jogo de Conceição é evitar que o adversário tenha mais posse de bola. Mas isso deixou a equipa longe da baliza contrária.
Até ao intervalo são raras as pausas na monotonia. Os duelos no miolo secam tudo à volta. Bruno Fernandes com Herrera. Wendel com Brahimi. Para ver o primeiro remate enquadrado com uma das balizas foi preciso esperar pelo minuto 45, quando Bas Dost obrigou Casillas a mexer-se.
A saída por lesão de Maxi Pereira, antes do intervalo, obrigou Conceição a alterar a estrutura da equipa. Entra Óliver e baixa Corona para lateral. O 4x4x2 passa a 4x3x3. Os resultados da mudança notam-se na segunda parte. O jogo abre um pouco, finalmente. O FC Porto cria uma ilusão de superioridade mas é o Sporting que fica mais próximo da baliza contrária. É a fase em que se pedem heróis. Por uma ou duas vezes os guarda-redes brilham, mas sem exageros. Mas quando as substituições táticas começam, tudo regressa à primeira forma. Neste jogo ninguém quis realmente vencer.
ANÁLISE
MAIS
Partida para defesas
As defesas tomaram conta dos ataques, no jogo de ontem. Os guarda-redes não precisaram de brilhar, mas cumpriram quando foram chamados à ação. Na parte final, ver Mathieu a tentar empurrar a equipa do Sporting para a frente pareceu quase um gesto contranatura...
MENOS
Um jogo pouco solar
Num raro clássico de Liga realizado à luz do sol, este foi um jogo muito pouco solar. Por culpa de ambos os treinadores e das suas estratégias de xadrez, numa consagração do calculismo. Ainda assim, era a Keizer que mais se exigia o risco. A Liga é agora uma ilusão para os leões.
Um erro importante
ARBITRAGEM
Até para o árbitro este foi um clássico brando. Poucos casos, quase nenhuma polémica. Ainda assim, Hugo Miguel errou quando, no final da primeira parte, não mostrou o cartão amarelo a Bruno Fernandes após falta sobre Herrera. Seria o segundo e teria de ser expulso.
Benfica ganhou pontos a todos os rivais diretos
Com o resultado de ontem em Alvalade, o Benfica foi o vencedor da jornada. Porque ganhou pontos a todos os rivais diretos (FC Porto, Sporting e Sp. Braga empataram). A equipa da Luz ascendeu ao segundo lugar da classificação e está a cinco pontos do líder FC Porto. Os dragões interromperam a série de 18 vitórias, mas continuam seguros no topo. Já o Sporting, a oito pontos da liderança, está longe do título. Mesmo faltando toda a segunda volta.
"Justo, mas não o que queríamos", diz Keizer
Sabíamos que íamos jogar com um FC Porto que vinha de 18 vitórias consecutivas. Precisávamos de ganhar e na primeira parte estivemos bem com bola. Não gostei da segunda parte porque perdemos o controlo do jogo. O resultado acaba por ser justo, mas não era aquilo que queríamos", disse Marcel Keizer, treinador do Sporting, no final do jogo com os dragões.
Apesar dos oito pontos de distância para o FC Porto, Marcel Keizer não deita a toalha ao chão. "Sabemos que oito pontos é uma distância grande para um equipa como o FC Porto, mas vamos continuar a lutar pelo título até ao fim."
O treinador holandês recusou novamente falar do reforço da equipa durante o mês de janeiro. "Todos os treinadores querem mais jogadores na sua equipa. Vamos tentar ganhar todos os jogos com o plantel que temos. Estamos em três competições."
"Mais fortes na segunda parte", diz Conceição
"O empate não é justo. Queríamos ganhar e preparámos a equipa para isso, como em todos os jogos. Não foi uma partida muito bem jogada, mas foi muito competitiva, com muitas faltas", começou por dizer Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, depois do empate frente ao Sporting.
O treinador dos dragões considera que a sua equipa foi melhor na segunda parte. "No primeiro tempo podíamos e devíamos ter tido mais paciência com a bola. Fomos mais fortes na segunda parte e tivemos duas ocasiões claras em que podíamos ter feito o golo. A haver um vencedor, seríamos nós, sem qualquer dúvida."
Conceição abordou ainda o primeiro empate depois de 18 vitórias consecutivas. "Fica um sabor amargo, porque sentimos que somos mais fortes e queríamos ganhar. Agora é pensar no próximo jogo com o Leixões, para a Taça de Portugal".
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