Se dependesse dos treinadores, este jogo terminava sem golos.
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Se dependesse dos treinadores este jogo terminava todo a zeros. Zero golos, zero emoções, zero artistas. Nos grandes clássicos, Sérgio Conceição e Rui Vitória coincidem: quem quer ver espectáculos bonitos que vá à ópera. Esta era também a linha orientadora de José Maria Pedroto, o grande mestre do século passado, na qual todos os técnicos portugueses ainda vão beber os fundamentos. Na frente, só um jogador de cada lado (Seferovic e Soares); no combate do meio-campo, dez pedras envolvidas (mesmo Brahimi, Salvio, Otávio, Pizzi, Marega e Cervi, nunca se libertam da sua primeira obrigação – destruir).
Com tantas cautelas táticas e amarras no meio-campo, o jogo não tem um único lance de golo em toda a primeira parte. O árbitro deixa clara a sua vocação para sacar mais depressa o amarelo do que a sua própria sombra. Grimaldo, Casillas e Lema são vítimas deste olhar hipersensível de Fábio Veríssimo, com todos os jogadores a aperceberem-se deste nervosismo medíocre e, por via disso, logo começarem a jogar para o cartão em qualquer lance dividido.
Já com o futebol mais solto e os artistas entregues a si próprios, o segundo tempo oferece mais emoção e várias situações de perigo. Sem nunca se tornar brilhante, o espectáculo ganha algum brilho e passa a quase justificar o elevado preço dos bilhetes. É justo registar que o futebol mais brilhante e envolvente surge sempre das botas dos benfiquistas. O FC Porto não mostra talento nem sequer para pressionar o flanco esquerdo da defesa benfiquista, no qual Grimaldo e Lema já têm amarelos desde a primeira parte.
Fruto deste melhor futebol, o Benfica começa a chegar mais próximo da baliza de Casillas, que faz a primeira defesa digna desse nome aos 60’, a remate de Gabriel. Dois minutos depois, chega o golo, com o centro da defesa do FC Porto a ser ultrapassada pela criatividade dos benfiquistas, e Pizzi a servir de cabeça o avançado Seferovic, que bate Casillas com um bom remate do seu pé cego, o direito.
O FC Porto tenta reagir, mas esta equipa de Sérgio Conceição está longe da saúde global da época passada. Soares precisa de adquirir ritmo, Marega também. O guarda-redes Odysseas só precisa de mostrar classe a desfazer cruzamentos.
O jogo está a caminhar para o final, quando o árbitro resolve gravar o seu nome ainda mais fundo neste clássico. Um lance que, no máximo, pode merecer a marcação de mais uma falta ridícula, leva à expulsão de Lema. Faltam sete minutos para o final. Alfa Semedo recua para central. O FC Porto pressiona mas nunca acerta com a baliza. O lance mais perigoso aparece aos 86’, quando Brahimi dribla da esquerda para dentro e remata em arco. A bola sai a rasar o poste esquerdo de Odysseas. Vitória justa do Benfica num jogo demasiado pobre face à qualidade dos artistas.
Análise
MAIS
Rúben Dias, novo patrão
Rúben Dias mostra que pode ser o novo patrão da defesa benfiquista. Será utópico pensar que um grande clube, como o Benfica e os seus dois rivais históricos, deve conseguir manter estes jogadores de bandeira? Em torno deste central, o Benfica pode construir uma grande equipa.
MENOS
Um xadrez frio
Este olhar dos técnicos que transforma os jogadores em peças de um xadrez frio gera profundos bocejos. Quando as cautelas de um dos líderes encaixam nas do outro, o futebol deixa de ser espetacular e passa a saturante. Nenhuma criança se apaixona pelo jogo em tardes assim.
ARBITRAGEM
Excessivo nos amarelos
Fábio Veríssimo é jovem e tem muito para melhorar. Se revir, como é sua obrigação, o jogo de ontem, poderá verificar que se deixou enredar na exibição excessiva de amarelos e num recital de apito em qualquer queda. As táticas defensivas já não prometiam nada de famoso. O árbitro estragou o resto.
Benfica dá um salto para a liderança do campeonato
Ao derrotar o FC Porto no jogo de ontem, o Benfica não só ultrapassa o seu grande rival como salta para a liderança da classificação da Liga, em igualdade pontual com o Sp. Braga. As águias beneficiaram do empate dos minhotos no jogo de sábado passado com o Rio Ave. A equipa vila-condense segue agora no quarto lugar enquanto o Sporting, que perdeu em Portimão, está no quinto lugar. A Liga vai agora parar durante os dois próximos fins de semana.
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