Piloto britânico de 35 anos faz-se ouvir dentro e fora das pistas de corrida, ao participar em movimentos como o Black Lives Matter.
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A história recente da Fórmula 1 é escrita com um nome: Lewis Hamilton. Após a vitória no Grande Prémio da Turquia, que lhe garantiu 94 triunfos em GP, um novo máximo na modalidade, o piloto britânico igualou o recorde de Michael Schumacher ao sagrar-se campeão do mundo da modalidade pela sétima vez na sua carreira.
Num ano marcado pelas questões do racismo e da violência policial, o piloto britânico de 35 anos confessa que o tema e as mortes como a de George Floyd, afro-americano morto às mãos das autoridades norte-americanas, trouxeram-lhe mais emoção e maior noção sobre o seu papel na modalidade. Afinal, Lewis foi o primeiro e até ao momento único piloto negro a correr na F1 e a sagrar-se campeão.
Numa entrevista ao jornal The Guardian, o britânico admite que olhou para a questão mais a fundo no final de 2019. "Estava a olhar para as fotografias das equipas - aquelas que tiram em frente à garagem ou na pista - e pensei 'não há ninguém de cor em nenhuma destas equipas' ".
A morte do afroamericano George Floyd em Minneapolis, a 25 de maio deste ano, trouxe de volta, vítima de violência policial, provocou o reacendimento do movimento Black Lives Matter (BLM - em português "as vidas dos negros importam") por todo o mundo, e está ainda presente na memória do piloto da Mercedes.
"Ver o George durante aqueles oito minutos e 30 segundos, como tantas outras pessoas, trouxe-me imensa emoção que eu nem percebi que estava a reprimir durante todo este tempo", confessou ao jornal britânico.
O episódio serviu para que o piloto definisse o próximo passo a dar na luta contra o racismo. "Tenho de usar os meus meios. Há tantas pessoas a lutar e outras que passaram já pelo que eu vivi e pior", recordou Hamilton, vítima de racismo ainda antes de se tornar piloto profissional.
Hamilton e a luta contra o racismo
O gesto é já realizado por outros colegas, mas admite que este é ainda um caminho a percorrer.
"Estou num desporto dominado pelos brancos e, como sabem, é preciso ter muito, muito cuidado na forma como abordamos o tema", admitiu, sublinhando a importância de manter o assunto na opinião pública.
A Comissão de Hamilton contribui igualmente para a luta contra o racismo. Numa parceria com a Royal Academy of Engineering, o projeto pretende identificar as dificuldades de africanos para entrarem no automobilismo.
"A maioria das pessoas presume que sejam pilotos de corrida, mas existem tantos empregos excelentes no meu setor: marketing, engenharia, contabilidade, catering", destacou o piloto, que pretende mudar a modalidade nos próximos 10 anos.
"Eu quero olhar para a Fórmula 1 daqui a 10 anos e realmente ver a mudança porque sim, nós agora temos o movimento Black Lives Matter e há um 'microfone', as pessoas estão a perceber, mas temos que trabalhar realmente para ativar a mudança", relembrou Hamilton, que pretende conseguir o seu objetivo mesmo depois de se retirar da competição.
Estrelas do desporto unidas contra o racismo
São várias as estrelas afrodescendentes no desporto mundial que recorrem à sua influência para chamarem à atenção para as questões do racismo, abordadas de forma cautelosa anteriormente.
"Não é suficiente não ser racista. Temos de ser anti-racistas. Temos que ser contra o racismo e apoiar este movimentos", afirmou Hamilton, que segue exemplos como o do basquetebolista LeBron James e do futebolista Raheem Sterling.
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