A edição de hoje
Artigo exclusivo
Rúben Semedo, de 23 anos, recebia até à semana passada 85 mil euros por mês pelo seu talento para a bola.
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Na casa da avó Teresa jaz uma bola de futebol murcha encostada a um canto do sofá. Por cima da televisão está um retrato pintado a aguarela do neto em pose de jogo e no aparador uma caixa com fotografias da infância do miúdo do Benfica que foi parar ao Sporting – Jorge Jesus chegou a chamar-lhe o futuro da seleção nacional e o seu clube atual considerou-o um dos centrais mais promissores do futebol europeu – e que tinha tudo (tanto?) para dar certo. Isaac, o filho de cinco meses do jogador que foi preso há uma semana acusado de tentativa de homicídio, sequestro e posse ilegal de arma no país vizinho, costuma ficar ao cuidado da bisavó ("neste pano criei o Rúben às costas e carrego também os filhos dele"), mas hoje ainda não chegou a este rés do chão do Casal da Boba, o bairro de realojamento social na Amadora onde Rúben cresceu e onde ainda mora toda a sua família. A filha, Estela Beatriz, de cinco anos, foi com a avó, Adelaide Borges, mãe de Rúben, para Espanha mas ainda não viu o pai. "Pediu-nos para a filha não o ir ver à cadeia. Tem uma loucura por ela e custa-lhe que ela o veja assim", confidencia Bebiano Gomes, advogado do defesa-central.
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