Engravidou a irmã do primo de Sócrates, fez-se amigo de generais em Angola e facilitou milhões em todo o lado.
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O fio da meada da ligação entre Hélder Bataglia e José Sócrates não raiou no dia em que o embaixador Francisco Ribeiro Telles sugeriu ao então primeiro-ministro para que Bataglia fosse o mediador em Angola. A ligação com a família de Sócrates possui vida anterior. É amigo de José Paulo, o primo direito do ex-governante, cuja irmã, Filomena, deu à luz uma filha de Bataglia. E a paternidade lá acabou por ser reconhecida. Bataglia, que recebe honras do poderoso chinês Sam Pam, quer livrar-se da quinta em Santo Estêvão, Benavente, por 3,1 milhões de euros.
Só de ouvir tais apelidos, N’gola Kiluange, angolano a viver em Washington, fica agoniado e lê o que escrevera no seu blogue: "Quando indivíduos do calibre de Hélder Bataglia dos Santos e Sam Pam aparecem no nosso mercado financeiro como executores activos ou passivos – devemo-nos interrogar até que ponto temos a nossa soberania comprometida." Se lhe dizemos que Bataglia, que reside no último andar do prédio mais alto de Luanda, é camarada dos angolanos, o professor de Português interrompe: "Ponto e vírgula!" Em ponto final, o facto de nem todos conseguirem a suspensão provisória dos mandados de captura.
COLECCIONADOR DE MILHÕES
Bataglia já teve o estatuto de ser o empresário dos generais da corte do líder angolano. Tal fama e proveito, com a queda do BES, esmoreceram. Ainda assim, o homem que colecciona milhões em offshores, alguns registados na Rua Guilherme Pereira Inglês nº 43, 4º B, Luanda, e em prédios adquiridos com Marta dos Santos, a mana do presidente, conserva a fama de facilitador: "Quem quisesse fazer oceanos de dinheiro em Angola, ou nos arredores, deve falar com Bataglia." O poder que lhe é atribuído possui uma metafórica máquina de lavar mas dinheiro.
Envolvido em processos como o dos submarinos, a Operação Marquês ou o Monte Branco, Hélder José Bataglia dos Santos, pai de três filhas, sendo uma bebezinha, nasceu no Seixal no frio de 25 de Janeiro de 1947, mas o Sol iria brilhar dois anos depois, na Baía Farta, Benguela, quando ele, a mãe e a irmã se juntaram ao patriarca, José Pinheiro. É dele o nome na ambulância dos Voluntários de Vieira de Leiria, terra paterna. O vice-presidente, Claudemiro Teixeira, só diz bem: "Pedi ao Sr. Bataglia ajuda para a compra da ambulância e ele comprou-a."
Gosta de Ibiza, de John F. Kennedy, de Mandela e de iates. É um sedutor. Na Guerra Colonial, comandou um pelotão de artilheiros kuanhamas em Cabinda. Em 1975, chega a Lisboa, ou "foge de Angola", como diz Kiluange, com uma mão à frente e outra no sentido contrário. Casa-se em segundas núpcias, em 1980, com a milionária Simonetta Carlutti. Em 1985 volta a Angola com curriculum comercial no Médio Oriente e na Rússia. Luís Horta e Costa, em 1990, facilita-lhe a entrada no Grupo Espírito Santo. A ESCOM, então de Ricardo Salgado, está morta. Nem a Sonangol a acudiu.
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