Rui Mergulhão Mendes é especialista em descodificar expressões faciais e a perceber se as pessoas estão, ou não, a mentir.
A acusação a José Sócrates deverá ficar fechada no próximo dia 17 – essa é pelo menos a vontade da Procuradoria-Geral da República – pondo um ponto final (ou abrindo novas reticências) nas interrogações sobre o envolvimento do ex-primeiro-ministro em esquemas de corrupção, branqueamento de capitais, fraude fiscal e fraude fiscal qualificada, crimes que o fecharam na cadeia de Évora em novembro de 2014 e durante os dez meses seguintes. Um mês depois de pendurar o uniforme 44, o ex-primeiro- -ministro reunia-se com os apoiantes num encontro em que discursou entre hinos e aplausos. "Este é um almoço de amigos, marcado com o objetivo de se reunirem. Eu venho aqui só para lhes agradecer", disse à chegada aos jornalistas, tentando transmitir genuína tranquilidade, apesar de estar no centro de um furacão e debaixo de todos os holofotes mediáticos. E como uma coisa é o que a boca diz e outra o que o coração sente, a dada altura a habitual confiança de José Sócrates foi traída pelo corpo e o desconforto que sentia tornou-se (muito) evidente para quem lida com a deteção da mentira através da linguagem corporal.
"Mostrou os lábios pressionados e enrolados para dentro, muito associado a emoções negativas ou situações de maior ansiedade. Quando estes movimentos se tornam visíveis, pode ser um forte indicador de que o outro se sente desconfortável, ou não vinculado ao tema que está a discutir", traduz Rui Mergulhão Mendes, especialista em linguagem não verbal e programação neurolinguística com várias certificações internacionais. Uma delas pelo Paul Ekman Internacional Institute, o consultor da série americana ‘Lie to Me’ (que retrata os bastidores de uma equipa especializada em detetar mentiras), que a FOX já transmitiu. Rui Mendes, da Emotional Business Academy, já deu formação a membros da Polícia Judiciária e do SEF e treina em processos individuais CEO, líderes, banqueiros, cargos de alta direção e políticos nas competências de linguagem corporal e microexpressões, ainda que estes últimos ainda não se tenham apercebido (em Portugal) de todas as potencialidades desta disciplina, usada lá fora como recurso habitual. Estes especialistas são frequentemente chamados pelos canais de televisão norte-americanos para comentar os casos mediáticos do momento. Seja o polémico doping de Lance Armstrong seja o, mais antigo, caso do presidente Bill Clinton, que, quando foi ao horário nobre negar ter tido relações sexuais com a ex-estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky, foi acusado de mentir, com base na expressão facial que ostentava, por Paul Ekman, o mais (re)conhecido especialista da área.
E a mentira não é um exclusivo internacional. Tanto que nos arquivos de Rui Mergulhão Mendes não faltam exemplos de políticos portugueses ‘apanhados na curva’ pelas expressões faciais que não controlaram e que mostravam precisamente o contrário daquilo que estavam a dizer naquele momento. As palavras - nas quais as pessoas depositam tanta confiança - representam (apenas) cerca de 7% da comunicação, por isso não basta um discurso floreado para enganar quem, além de ouvir, também está a ver. Os principais elementos de avaliação (e, portanto, 93% da nossa comunicação) são os movimentos corporais, as microexpressões faciais (movimentos involuntários e inconscientes que podem durar apenas milésimos de segundo), o tom de voz, a velocidade com que falamos e a atitude com que o fazemos.
Veja-se por exemplo Ricardo Salgado durante uma conferência de imprensa de apresentação de resultados do Banco Espírito Santo no 3º trimestre de 2012, anos antes do grande colapso. "A zona jugular e a carótida são das zonas do corpo mais ricas em extremidades nervosas, e quando afagadas, reduzem a tensão arterial, baixam o ritmo cardíaco e acalmam o indivíduo quando é exposto a maiores níveis de stress. Movimentos associados ao desconforto, também muito visíveis no processo da mentira, pois por norma o stress aumenta e estes movimentos pacificam-nos, restabelecendo o conforto perante as situações de maior desconforto", explica Rui Mendes, que posteriormente também analisou os vídeos das principais testemunhas ouvidas pela comissão parlamentar de inquérito à gestão e colapso do BES.
Numa das audições, quando Salgado diz frente aos deputados "eu nunca menti, eu nunca disse nada que pudesse ser mal interpretado", o corpo começa, sem que ele disso tenha noção, a encolher-se. "Começa a falar numa posição normal e termina com o corpo todo torto, a desaparecer. Quando mentimos não queremos ser notados, porque sabemos que o que estamos a dizer não é verdade e vamos tentar que o outro perceba à menor escala o que nós dizemos, então o corpo tende a fechar. Pode ser um forte indício de que eu esteja a mentir", diz Mendes.
Na mesma comissão, Zeinal Bava, quando interrogado, "coloca uma mão à frente da boca enquanto diz ‘não sei se a percentagem foi essa’, uma indicação muito forte de que está a mentir. O nosso sistema nervoso autónomo não controla os movimentos involuntários do corpo e contradiz muito do que queremos comunicar", explica o especialista em linguagem corporal. "O nosso corpo não está treinado para mentir, nós não mentimos com o corpo, ele é muito honesto na forma de comunicar. Há uma série de comportamentos involuntários, como o dilatar das pupilas dos olhos, o corar, o suor, a transpiração, os batimentos cardíacos mais acelerados, o começar a respirar mais do peito do que de uma zona mais abdominal... nós não controlamos isso", acrescenta o especialista em linguagem corporal.
Vários tipos de mentirosos
Há vários tipos de mentira: aquela em que eu não tiro benefício para mim mas também não prejudico o outro e que por isso mesmo é inócua; a mentira em que eu tenho benefício mas não prejudico a outra pessoa; a mentira em que prejudico a outra pessoa e tiro benefício, que é a mais danosa, a chamada ‘black lie’; e a mentira em que eu não tenho benefício mas beneficio a outra pessoa. "No dia a dia nós mentimos ‘n’ vezes. Mais não seja para enfatizar certas e determinadas coisas para as outras pessoas se interessarem ainda mais pelo que estamos a dizer. E nem nos apercebemos disso", conta Rui Mendes, alertando para a importância de perceber qual o padrão de cada pessoa antes de proceder a uma avaliação. "É preciso perceber quando e como a pessoa se desvia relativamente ao padrão de base dela. E nos não temos essa noção, como é que a pessoa com quem mais convivemos se senta, como comunica com as mãos? E eu só consigo tirar informação relevante a partir daqui. Por exemplo, se a minha postura for sempre de confiança (peso assente só numa perna, o que mostra que não estou pronto para lutar nem estou pronto para o confronto) e de repente cruzar os braços e me encolher é sinal de que estou desconfortável. Sempre que movimentamos a nossa mente para um contexto fora da orientação da nossa conversa o nosso corpo move-se. Não existe o efeito mente-corpo sem conexão. Não é o que o meu corpo diz, é a forma como se desvia em relação ao que está a acontecer", considera. "Tenho que perceber também se a pessoa com quem estou a comunicar tem uma cabeça tipo Dilma [Rousseff] ou tipo [princesa] Diana. Se eu estiver a falar com uma pessoa que tem uma cabeça tipo Dilma, mais projetada e altiva, e no momento em que lhe pergunto ‘então ontem quando acabaste de jantar ficaste a falar com o Francisco até às três da manhã?’ ela diz ‘fiquei, fiquei’ e a cabeça dela começa a assemelhar-se à da princesa Diana, é muito provavelmente sinal de que tem algo a esconder."
Tal como quando cobrimos os nossos olhos quando vemos, falamos, ouvimos ou encontramos algo desagradável ou de que não gostamos – como fez Carlos Costa, do Banco de Portugal, na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES/GES, ele que esta semana também esteve debaixo de fogo depois de uma reportagem da SIC ter dado conta da existência de uma nota interna de técnicos do banco que punha em causa a continuidade de quatro administradores do BES e sugeria o afastamento imediato de Ricardo Salgado.
"Este gesto pode ser tão fugaz como um toque na pálpebra ou tão dramático como o enterrar o rosto nas mãos. No decorrer do processo da mentira, é usual vermos breves toques nos olhos, sinal de que não gostamos do que acabamos de dizer. Como o nosso cérebro não está preparado para mentir, sempre que isso acontece ‘reage’ dando conta disso mesmo. O sistema nervoso autónomo, responsável por parte dos comandos não executivos do nosso corpo, age como querendo bloquear e não ver aquilo que de negativo pode estar a acontecer, sendo que para o nosso cérebro o processo de mentira é uma ação negativa." Por outro lado, continua Mendes, "uma mão à frente de um ouvido pode ser um forte indicador que não estamos a gostar do que estamos a ouvir".
O corpo não consegue mentir (ao contrário das palavras que se escolhem), mas a verdade é que também há expressões de linguagem que podem indicar que a pessoa possa não estar a ser verdadeira. "Se alguém diz ‘obviamente que’ – e não seja uma pessoa que use essa expressão como ‘bengala’ habitualmente –, ponham sempre em dúvida o que vem a seguir. Se não for o padrão da pessoa, o mais provável é que a seguir venha uma coisa que não é correta. Ou o ‘para ser sincero...’, que do ponto de vista da linguística faz--nos questionar o que se passou para trás e o que vem no seguimento dessa expressão... É como dar muitos pormenores do que não nos foi perguntado, essa informação para quem faz entrevista forense significa que se quer esconder alguma coisa ou que já se escondeu alguma coisa para trás."
Ambas as expressões foram usadas pelos gémeos iraquianos quando entrevistados na sequência das agressões a Ruben Cavaco em Ponte de Sor, no último verão. "Existiram incongruências de relevo... Quando o Haider explica o incidente no bar, não estava a contar toda a história. Quando termina a informação faz um bloqueio aos olhos, que é o que fazemos inconscientemente quando não gostamos do que estamos a dizer ou há mais a dizer do que foi dito. Pode ter saltado momentos, provocações... A descrição dele não é coerente com aquilo que o corpo dele diz. O nosso cérebro não está feito para mentir, está feito para falar a verdade, sempre que existe uma contradição temos esta tendência. A uma dada altura, a jornalista pergunta sobre o efeito do álcool e ele tem um comportamento completamente pacificador, com gestos do toque posterior da cabeça e da face, sinais de embaraço, de que está muito comprometido com o que está ali, e nós fazemos isso..."
No dia a dia também se mente...
E se a linguagem corporal é útil para apurar a veracidade de depoimentos relacionados com casos de polícia, também pode ser uma ferramenta para apurar a verdade nas relações entre as pessoas – sejam entre marido e mulher ou entre pais e filhos –, desde que se esteja preparado para ver o que o corpo do outro diz sem falar. "Se estiver no seio de uma relação a ter determinada conversa e começa a ver toques na zona jugular (pescoço), é porque aquela conversa incomoda o outro", deslinda Rui Mergulhão Mendes. E se estiver, por exemplo, a contar à sua mulher/marido/filho os planos que fez para o próximo fim de semana e eles puserem, inconscientemente, uma mão no ouvido, provavelmente não estão a gostar do que estão a ouvir. Pense assim: provavelmente já tinham outros planos.
"E num relacionamento, se a pessoa começar a ver da outra parte algum desprezo, muito associado à aversão, pode ser o sinal do fim da relação. Se um dos elementos do casal pergunta ‘como correu o dia?’ e o outro responde ‘correu ótimo, foi excelente’, e exibe um meio sorriso, com um canto da boca mais puxado do que o outro, esse sorriso está associado às emoções relacionadas com o desprezo. Não confundir este sorriso com o sorriso verdadeiro onde nós mexemos os nossos [músculos] zigomáticos maiores e fazemos contrair os nossos [músculos] orbiculares", explica o especialista.
Por outro lado, a proxémia – o estudo da distância usada numa comunicação – dá a indicação se a pessoa está numa relação com o outro ou se se está a afastar. "Há uma premissa enorme na linguagem corporal de que não nos podemos afastar muito: o corpo tem tendência a aproximar-se daquilo que nos sustenta e a afastar-se daquilo que repudiamos. Se num grupo de amigos há dois que se aproximam muito e até vemos/percebemos que os genitais estão próximos, sem que eles percebam o que está a acontecer, eles podem estar a ter encontros para os quais os outros elementos do grupo não estão a ser convidados. Nós temos tendência, inconscientemente, a fazer isso: vamos para as zonas onde nos sentimos bem e onde o nosso cérebro também se permite estar." Pode testar no próximo jantar de amigos, mas não tire conclusões precipitadas.
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