Um português, Ivo Pires, conquistou o júri de seleção de um prémio literário internacional com o seu primeiro livro.
Parece uma daquelas coisas que só acontecem aos outros. Ou nas novelas: Ivo Pires, 32 anos, técnico de farmácia no Porto, escreveu um livro de ficção científica que nenhuma editora quis publicar, mas, ironicamente, acabou nomeado para um prémio literário internacional: os Author Academy Awards.
Foi o autor de ‘Kernel - Morte à Primeira Vista’ que, via internet, submeteu o livro à apreciação do júri internacional. Já lá vão "muitos meses" e Ivo quase se tinha esquecido, quando recebeu um email de felicitações por se encontrar entre os dez finalistas da categoria de ficção científica. Mas nada fazia perceber que Ivo Pires chegasse até aqui.
‘Kernel - Morte à Primeira Vista’, a obra selecionada, não tem edição tradicional. "Tentei enviar o manuscrito para algumas editoras, mas infelizmente a maioria das editoras portuguesas tem medo de arriscar e publicar algo que não tenha ainda feito sucesso no estrangeiro ou que não esteja assinado por uma figura pública. Não os posso censurar, isso é o que vende", desabafa.
Reuniu-se com algumas editoras que lhe propuseram um autêntico ‘vanity publishing’: "Eu pagava-lhes para que publicassem o meu livro. Eu casava-me no final desse ano, por isso aquele tipo de investimento estava fora de questão. Mas o contra-argumento foi uma das coisas mais engraçadas que ouvi até hoje. Sugeriram que tivesse uma espécie de bancada no dia do meu casamento para vender o livro aos meus amigos e familiares", recorda.
Assim, numa lógica de "perdido por cem, perdido por mil", colocou o livro à venda na Amazon. "Mesmo que não vendesse um único exemplar estava, e estou, decidido a levar a história até ao fim. Quando alguém compra uma versão em papel, é-me deduzido o valor da impressão do livro, mas pelo menos não tive qualquer investimento inicial e todo o risco que isso acarreta. Acho que é uma aposta mais segura para quem está a começar", diz. E que, claramente, deu frutos.
A vida em Neorbis
A maior parte destes personagens está em Neorbis, que é uma espécie de "segunda Terra", mas há outros que se encontram em outros planetas, como Alyn, o prisioneiro, que está em Carcer, o Planeta Prisão, e Katree, a académica, que está em Sapiens, a lua de Neorbis, na Academia do Conhecimento.
Este é o primeiro volume, mas Ivo tem previstos mais seis para a continuação da saga. "O segundo e o terceiro estão delineados, falta mesmo escrevê-los. A partir daí só tenho uma ideia geral da direção da história, mas quando o momento chegar certamente já terei algo mais concreto. Fora isso, escrevi um conto, não relacionado, quando concorri este ano aos Novos Talentos FNAC, mas esse não foi selecionado. Estou a pensar escrever mais uns quantos quando sentir o bichinho e talvez vir a publicá-los todos num único volume", refere.
Em abono da verdade, Ivo nem sabe bem como é que tudo isto começou: "Escrever, para mim, é criar, pura e simplesmente. Eu sempre adorei criar, desde tenra idade. A dada altura deixei de ouvir histórias para adormecer para passar a ser eu a contá-las. Essas histórias podiam não estar no papel, mas para mim, isso também é escrever. Lembro-me que durante a pré-primária costumava levar histórias rabiscadas em papéis soltos e importunar os meus colegas com elas." E danava os avós, porque lhes gastava o "papel todo do minimercado", diz o autor que, além de universos de fantasia, adora ‘escape rooms’ (já superou nove) e tem em Stephen King e George R. R. Martin os seus escritores preferidos.
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