Carlos Farate, 51 anos, é um homem com costumes e gostos clássicos. Doutorado em Ciências Médicas, acaba por viajar para Paris para se formar como epidemiologista e a estudar comportamentos de toxicodependência.
Aliás, palavra que não receita aos seus doentes. Por via sentimental, em 1984, parte da terra natal – o Estoril – e muda-se para o Porto, para amar uma cidade, a profissão e a sua companheira. Dedicado à investigação e com uma natureza de professor, não abdica da coordenação do Mestrado em Toxicodependências e Patologias Psicossociais do Instituto Superior Miguel Torga.
- Um estudo recente refere que o número de portugueses que consomem drogas ronda os 200 mil e destes 83 mil são toxicodependentes. Acha que estes indicadores são fogo que passou a incêndio?
- Esses números são estimativas. E, de facto, são números que fazem pensar, atendendo à taxa de prevalência estimada para a população activa nacional. Agora, dizer-se que é fogo que passou a incêndio, não me parece que seja isso que está em causa. Esses números têm-se mantido, o que me faz acreditar que as estratégias de prevenção primária que têm sido adoptadas não são eficazes, menos ainda efectivas.
- Como se define esta prevenção?
- Comecemos por definir os quatro tipos de prevenção: a primordial, que se prende a adopção de medidas de educação para a saúde, melhores cuidados primários de saúde, intervenção no meio em que o indivíduo está inserido, nomeadamente a melhoria das condições sócio-habitacionais ou das estruturas de apoio à família; a primária que tem por objectivo a redução da incidência dos consumos e se orienta para a redução da exposição aos factores de risco e reforço dos factores de protecção individuais; a secundária, que é muito importante e tem sido descurada, assenta na identificação precoce dos sintomas psicoafectivos e relacionais nos jovens que estão numa fase inicial dos comportamentos de consumo, e na intervenção preventivo-terapêutica que obste ao desenvolvimento da doença, neste caso o abuso e a dependência de drogas; a terciária, associada ao tratamento, orienta-se para a reabilitação mental e psicossocial do sujeito dependente, através de medidas de suporte afectivo e material que favoreçam a sua adaptação ao meio de vida habitual.
- O que falha então?
- É preciso sobretudo fazer um trabalho de reorientação da estratégia preventiva, e esse trabalho, na minha perspectiva, passa pela melhoria das condições de vida das populações. E depois apostar bastante na prevenção secundária. A prevenção primária não resulta, é apostar no cavalo errado.
- Por que é que rejeita tratar os consumidores regulares de drogas como toxicodependentes?
- É necessário usar de rigor na abordagem médica deste tipo de patologias. E separar as situações clínicas de dependência aos consumos de álcool, haxixe, heroína, cocaína, ou outras substâncias psicotrópicas, refiro-me, por exemplo aos medicamentos tranquilizantes, designadas sob o epíteto de toxicodependência, do consumo ocasional ou regular destas substâncias, associados, por vezes, a outros comportamentos de risco para a saúde e, sempre, a dificuldades adaptativas temporárias. Enquanto que para os primeiros se impõem tratamentos específicos e de longa duração, para os segundos justifica-se o recurso a tratamento na rede dos cuidados primários de saúde, em articulação com serviços de saúde mental comunitária, com destaque para as estruturas de saúde mental para crianças e adolescentes. É preciso privilegiar, para estes jovens, a intervenção terapêutica preventiva.
- Como se entra nos consumos abusivos?
- Não é uma entrada imediata. É mais um processo. Começa habitualmente pela experimentação de uma, ou mais, substâncias – que nem sempre dá lugar ao consumo regular e ao abuso – e a sua evolução depende de diferentes factores, como por exemplo as circunstâncias de vida do sujeito, as condições sociais, emocionais e de equilíbrio afectivo durante o período em que o estímulo para os consumos é mais importante. No caso de uma criança ou adolescente é ainda preciso levar em linha de conta o tipo de respostas que vai ter por parte dos pais, da família, da escola, para além dos estímulos mais ou menos potenciadores destes comportamentos que encontra no grupo de pares ou na vizinhança.
- Este consumidor tem consciência do seu comportamento?
- Muitas vezes os primeiros sinais são indirectos. O uso de substâncias psicoactivas deixa de ser recreativo para passar a ocasional ou regular. Nesta fase o jovem começa por usar estas substâncias para aliviar estados emocionais negativos – preocupação, baixa auto-estima, medo, ou depressão – e sem se dar conta de tal, fica preso aos seus efeitos tranquilizantes ou estimulantes. Nesta fase é importante que sejam identificadas essas dificuldades e se possibilite uma intervenção terapêutica apropriada.
- Quando é que a família se dá conta?
- A maioria das famílias já estão desestruturadas, ao tempo em que o comportamento de consumo é identificado num dos seus membros, em geral num dos filhos. É preciso compreender que o consumo de drogas não é o ponto de partida, mas antes de chegada, de muitos problemas afectivos e materiais. Contudo, outras famílias são mais estruturadas, embora se identifiquem problemas de comunicação expressiva entre os seus membros, sobretudo pais e filhos. Em comum, falhou sempre qualquer coisa que necessita de correcção.
- É importante que os pais tomem consciência do que está a acontecer, e que recuperem uma capacidade reguladora, uma atitude de autoridade esclarecida, que algumas vezes foi perdida há longo tempo, e que não acontecerá enquanto estiverem envolvidos num corpo a corpo doentio com os filhos, centrado nos consumos. Na minha experiência, deverão ser evitadas intervenções culpabilizadoras expeditas por parte dos técnicos das equipas de tratamento, já que estas intervenções tendem a acentuar a tensão e o mal-estar nestas famílias.
- É preciso reestruturar estas famílias?
- É preciso ajudar a família a encontrar um modo de organização diferente. Ou a organizar-se pela primeira vez, porque em algumas destas famílias parece não existir arquitectura afectiva e relacional prévia. O que acontece muitas vezes é que existe uma confusão de papéis e lugares no interior destas famílias, com tendência a sobreposições entre pais e filhos, trocas de papéis entre uns e outros e ausência de limites definidos entre as diferentes gerações. É claro que o papel dos técnicos é tão importante quanto difícil na ajuda à reestruturação destas famílias.
- Os consumos de drogas são uma questão de significado: O que é que pode significar?
- O indivíduo envolvido neste comportamento deve tomar consciência do que está a acontecer, que se dê conta do carácter pejorativo dos seus consumos. Depois é preciso atribuir-lhe um significado, mais precisamente que seja possível significar o comportamento de consumo como um sintoma de mal-estar existencial, com reflexos negativos para o próprio, para os familiares e para as pessoas do seu meio de vida. Esta semântica nem sempre é fácil de estabelecer, até pelo carácter impulsivo e repetitivo destes comportamentos. É necessário, contudo, que nunca se perca esta perspectiva durante o tratamento, por mais longo e difícil que este seja, sob pena de repetir até à exaustão a falha de sentido que, muitas vezes, está na origem das sucessivas recaídas nos consumos.
- Portugal tem meios suficientes para ajudar o consumidor a localizar um foco para o seu problema?
- Essa é a grande dificuldade. Se pensarmos numa óptica de prevenção secundária, damo-nos conta que a articulação do dispositivo terapêutico especializado, com os cuidados primários e secundários de saúde, em particular os centros de saúde e os serviços de saúde mental infantil e juvenil, é errática e ineficiente. E isto para não falar na quase ausência de uma rede estruturada de cuidados sociais e de saúde de base comunitária. Do meu ponto de vista, não se trata de uma ausência de recursos, mas antes da ausência de uma estratégia política, tecnicamente bem fundamentada.
- Acredita que o médico de família seja capaz de identificar estes casos?
- Isso não só é possível como desejável. Interessa, neste caso, fazer um trabalho de ligação pertinente e melhorar a transmissão de informação entre os diferentes serviços. As equipas especializadas para o tratamento destes jovens e adultos deverão estar em permanente contacto com os médicos de família, podendo mesmo melhorar as suas competências clínicas. Aliás, é mesmo aconselhável, em termos da adopção de boas práticas terapêuticas, que sejam criadas condições para que o jovem seja ajudado no quadro do seu centro de saúde local.
- E o Serviço Nacional de Saúde consegue corresponder aos jovens que manifestem comportamentos de risco?
- A maioria destes jovens são tributários de um tratamento combinado, que pode incluir uma intervenção médica, eventualmente farmacológica, mas que assenta sobretudo no acompanhamento psicológico e em medidas de suporte escolar e social pertinentes. Os serviços dependentes do Sistema Nacional de Saúde foram pensados para tratar heroínodependentes e não para tratar, por exemplo, jovens com problemas de consumo de anfetaminas, ecstasy ou outras ‘designer drugs’. E é aí que começam as falhas.
- E como se desenvolvem essas estratégias?
- É preciso desenvolver estratégias de apoio psicoterapêutico individual ou em grupo e o tratamento deverá sempre ser bem estruturado e definido em função de um diagnóstico clínico preciso e de uma avaliação cuidada da retaguarda sócio-familiar. Deve existir um fio condutor no tratamento, que não deverá limitar-se ao mero alívio dos sintomas, mas antes permitir a abertura para uma ajuda psicoterapêutica integrada e compreensiva. É sobretudo importante que se compreenda que estamos a lidar com um problema de saúde mental, que se manifesta pelo desequilibro psíquico de um jovem ou adulto que se sente, ou se mostra, incapaz de lidar consigo próprio e com os outros, que tem um sentimento de identidade difuso que se traduz na dificuldade em reconhecer-se numa continuidade existencial.
- Acha que se devem reconhecer estes comportamentos como uma doença e não penalizar os consumos?
- Entendo que a sociedade deve adoptar atitudes de rejeição, seja por preconceito ético, seja por comodidade moral. É preciso reconhecer o problema, sem favorecer a adopção de uma atitude penalizante, de índole jurídico-moralista, e sem resvalar para uma atitude hipócrita. Estes comportamentos não devem ser tomados de um modo meramente circunstancial, e menos com o carácter factual que o próprio consumidor de drogas procura atribuir-lhes, com um encolher de ombros fatalista e resignado. É preciso captar o seu significado, o que é que o agente destes comportamentos procura esconder quando age. Trata-se de um agir comportamental que exige uma resposta firme mas compreensiva e que, sobretudo, não deve, em minha opinião, resvalar para uma espécie de reacção especular e controladora, sem qualquer valor social acrescentado.
- Mas como, veiculando mais informação localizada?
- Uma sociedade mais informada vai poder também actuar de um modo mais esclarecido e permitir uma mudança de atitude. É preciso encontrar uma outra forma de informar a população. Todos os cidadãos têm um papel a desempenhar. Neste sentido, deve-se alargar o papel das estratégias de educação para a cidadania e corrigir alguns erros pedagógicos do passado recente. Questiona-se muito o modo como estão organizados os sistemas civilizacionais da época pós-moderna e observa-se, algumas vezes, a tendência de remeter os consumidores de drogas, e os indivíduos e grupos populacionais a que estão, mais ou menos, associados funcionalmente como os elementos não metabolizados da nossa civilização. Em minha opinião, aquilo que é mais estimulante e desafiador neste debate, e também na reflexão relativamente a este tipo de patologias, é o modo como elas parecem exigir uma atitude revolucionária no olhar que cada um de nós, como sujeito de uma existência unica e singular, tem sobre si e sobre os outros que com cada um de nós partilha a communitas.
- Não lhe parece que todo este processo é muito extenso e pouco pragmático?
- É extenso, lá isso é, mas não deixa de ser pragmático. Organiza-se, um pouco, como um processo terapêutico com as suas fases sucessivas. É importante passar de cada uma para a seguinte, prevenir a recaída na fase anterior, mas não desistir se tal acontecer, não recuar perante o mal-estar depressivo, antes dar lugar a um desassossego estruturante que permita manter em aberto a hipótese de sucesso (no) futuro.
QUESTIONÁRIO DOMINGO
- Um País... França, por ter vivido em Paris, a minha cidade preferida, depois daquela em que vivo.
- Uma pessoa... A minha companheira, a Isabel.
- Um livro... Tantos me agradaram, mas principalmente ‘As Memórias de Adriano’, de Marguerite Yourcenar.
- Uma música... (risos) Jazz, clássica... A ‘Sinfonia n.º 5’, de Gustav Mahler.
- Um lema... Abertura ao Mundo e ao conhecimento.
- Um clube... (risos) Clube do 'botão' é o Belenenses, mas tenho uma simpatia particular pelo FC Porto.
- Um prato... Os do Minho e do Alentejo são bons. O preferido é o Cozido à Portuguesa.
- Um filme... ‘Interiors’, de Woody Allen.
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