Ao longo das décadas, foram vários os assaltos que ficaram na memória.
O assalto às joias da coroa francesa este domingo, no Louvre, é o mais recente caso de assalto no museu francês, mas está longe de ser o único. Ao longo dos anos, foram vários os casos de obras de arte e artefactos históricos levados do mais famoso museu do mundo - e que, em alguns casos, contribuíram mesmo para elevar as obras a um verdadeiro estatuto de celebridade.
Em alguns casos, foram preciso décadas até que os artefactos fossem recuperados pelo museu; noutros, permanecem desaparecidos até hoje. Depois de um fim-de-semana marcado por um roubo como não se via há décadas, importa recordar alguns dos casos mais famosos de assaltos ao Louvre.
O mais famoso caso de roubo de um artefacto do Louvre aconteceu há mais de um século. Em 1911, um quadro de Leonardo da Vinci, pouco conhecido do grande público, desapareceu do Salon Carré, onde então se encontrava. Após fechar-se o museu durante uma semana para investigação, conclui-se que a pintura havia sido roubada — um facto que fez capa de jornal e cataultou a Mona Lisa para a fama internacional.
A lista de suspeitos incluiu várias figuras destacadas do mundo cultural francês da época, entre elas o poeta Apollinaire e até Pablo Picasso, que foi interrogado pelas autoridades. Ao fim de anos de investigação, o culpado acabou por ser apanhado: Vincenzo Peruggia, ex-funcionário do Louvre e um patriota italiano convicto, que defendia que o retrato de Lisa del Giocondo devia ser retornado ao país de origem.
Em 1913, a Mona Lisa regressaria finalmente ao museu francês, tornando-se um caso sério de popularidade atendendo a furor mediático do seu desaparecimento, num fenómeno que perdura nos dias de hoje.
Depois de reabrir no pós-2ª Guerra Mundial, o museu foi alvo de várias tentativas de assalto ao longo das décadas seguintes. Em 1976 teve lugar um dos mais famosos: em dezembro, três ladrões subiram um andaime e conseguiram roubar uma espada incrustada de diamantes, usada na coroação de Carlos X, em 1824.
Um responsável do museu, na altura, disse ao New York Times que a sua importância histórica era tal que "não se lhe pode colocar um valor". O caso permanece por resolver, com o paradeiro da espada um mistério até hoje.
Prova de que nem sempre é fácil apurar os contornos destes assaltos, em 1983, um conjunto de armadura renascentista do séc. XVI desapareceu sem deixar rasto, em circunstâncias que ainda hoje permanecem um mistério.
Os artefactos, de origem italiana, permaneceram em parte incerta por mais de 40 anos. Até que, por mero acaso, um especialista em antiguidades militares alertou as autoridades para um conjunto de origem suspeita, na posse de uma coleção de família em Bordéus, de acordo com o jornal The Guardian.
A investigação veio a provar que se tratava da armadura desaparecida, ainda que ficando por esclarecer como foram parar às mãos dos então-proprietários.
O assalto mais recente ao Louvre até este domingo tinha acontecido em 1998, altura em que Le chemin de Sèvres, quadro do pintor Camille Corot foi recortado da sua moldura. Tal como a espada de Carlos X, permanece por encontrar.
Foi o culminar de uma série de assaltos de quadros e esculturas do museu na década de 1990, que motivaram críticas por parte da sociedade civil e levaram mesmo o Louvre a rever os seus protocolos de segurança. Uma revisão que contribuiu para que se passassem 27 anos até que um artefacto voltasse a ser levado.
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