Filme recebeu Grande Prémio da Crítica em Cannes e estreia dia 4 de abril em Portugal.
Quando Charles Tesson, o carismático diretor artístico da Semana da Crítica do Festival de Cinema de Cannes, apareceu com a t-shirt do filme ‘Diamantino’ na mão e anunciou que tinha assinado pelo clube ‘Diamantino FC’ na apresentação da primeira longa-metragem do português Gabriel Abrantes e do norte-americano Daniel Schmidt, não houve dúvidas de que o filme se tornaria um caso sério de popularidade.
A "amálgama de ficção científica, filme de terror, thriller e comédia romântica" - que tem sido exibida nos mais importantes festivais do Mundo e estreia dia 4 de abril nas salas de cinema portuguesas – conta a história de Diamantino Matamouros, uma estrela de futebol à escala planetária que falha um penálti decisivo no último minuto da final do Campeonato do Mundo e parte em busca de um novo propósito para a sua vida.
É aí que Diamantino – que depila as sobrancelhas com perícia, tem cuecas e toalhas bordadas com o seu nome, vive num palacete na Madeira, passa férias a bordo de um iate na companhia de duas irmãs malvadas que veem nele apenas uma caixa multibanco e tem delírios com cachorrinhos felpudos – começa uma odisseia que mistura refugiados, conspirações neofascistas que querem tirar Portugal da União Europeia e promessas de modificação genética feitas numa estufa.
Fora os exageros, as referências à figura de Cristiano Ronaldo são óbvias – tão óbvias que o filme saiu na primeira capa do jornal da Juventus, clube onde joga atualmente CR7 – mas a ideia inicial da dupla, quando começou a escrever o guião em 2012, não era satirizar o jogador madeirense.
"Começámos por pensar numa mulher muito rica que adotava uma criança, inspirados na Angelina Jolie e na Madonna. Aquilo que sabíamos era que queríamos uma figura mediática com muito poder que decidia fazer um ato político positivo, mas depois começámos a pensar mais especificamente em Portugal e decidimos que queríamos trabalhar com o [ator] Carloto Cotta e aí foi imediato: uma superestrela de futebol. É uma paródia aos aspetos mais superficiais do Ronaldo mas rapidamente se transforma noutra personagem", explica o realizador Gabriel Abrantes, elogiando a dedicação de Cotta à personagem.
"O Carloto fez uma transformação tanto psicológica como física, trabalhou com um personal trainer durante dois meses, fez uma dieta super-rigorosa, fez musculação, depilou o corpo inteiro e tudo isto o ajudou a sentir que não estava a usar uma máscara, que era mesmo o Diamantino." Foi também o ator que decidiu que o inocente Diamantino Matamouros – que a dada altura é entrevistado por uma Manuela Moura Guedes chamada ‘Gisele’, inspirada na entrevista que Oprah Winfrey fez ao ex-ciclista Lance Armstrong – teria sotaque açoriano como o personal trainer com quem treinou para o papel.
"Loucura total"
Num filme que o ‘The Hollywood Reporter’ considerou "uma loucura total" e a ‘Variety’ "a explosão de comédia mais refrescante do ano" não faltaram os momentos caricatos durante as gravações. "Filmar com os cãezinhos foi o dia mais surreal. Estávamos num estúdio de fundo verde e aqueles cãezinhos tinham todos nomes bastantes ridículos e problemas de respiração, estiveram a espirrar o tempo todo e ficaram muito nervosos com as câmaras, além de que o fundo verde estava a precisar de constante limpeza porque os cães se estavam constantemente a descuidar", lembra Abrantes.
A atriz Margarida Moreira, que veste a pele de uma das irmãs diabólicas de Diamantino – a outra é interpretada por Anabela Moreira, sua irmã gémea na vida real – e juntas fazem lembrar as irmãs más da Cinderela vestidas com fatiotas das Kardashian – também ficou com uma história (mas menos engraçada) para contar da rodagem.
"Na cena do porco na cozinha [sim, neste filme há uma perseguição a um porco num labirinto e depois um porco cortado sem contemplações], as facas que utilizámos eram verdadeiras e estavam novas e muito afiadas e durante os ensaios eu fui espetando a faca na carne. Ao ‘ação’ espetei a faca no mesmo sítio, que entretanto já tinha aberto um buraco durante os ensaios, e a minha mão escorregou pela faca. A verdade é que fiz a cena toda até ao fim sempre sem ter a certeza se me tinha cortado e ninguém percebeu o que se tinha passado. Quando disseram ‘corta’, abri a medo a mão e o corte era tão profundo que tivemos de parar as filmagens para eu ir de urgência ao hospital. Essa cena ficou no filme pois não pudemos repetir...", recorda a atriz, que teve de filmar várias cenas com a mão ligada. Nada que chame a atenção no filme: há tanta loucura para ver em ‘Diamantino’ que a ligadura passa despercebida.
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