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Artigo exclusivo

Zacarias Malanho: "Ter de assistir à autópsia do soldado foi o pior momento"

Como soldado-maqueiro ia sempre com as colunas para o mato e também acompanhava o capelão quando ia dar missa.

13 de abril de 2022 às 01:30

Já era casado e já tinha uma filha quando fui para o Ultramar, no dia 23 de novembro de 1966. Embarquei no ‘Vera Cruz’, no Cais da Rocha Conde de Óbidos. A minha especialidade era maqueiro, mas fazíamos o mesmo serviço que os enfermeiros: dávamos injeções, fazíamos curativos, tratamentos, fazíamos tudo. Desembarquei em Luanda e fui para o Grafanil, estive lá 10 ou 12 dias, depois fui para Quibaxe – passámos num sítio onde no dia anterior tinha havido um ataque e íamos cheios de medo. Estivemos cinco meses em Quibaxe, depois fomos para a Fazenda do Açúcar, a 50 quilómetros de Luanda, para um sítio chamado Caxito, e aí estivemos mais cinco meses. A seguir fomos para Ambrizete, onde ficámos 10 meses. A pior zona foi Quibaxe. Lá fazíamos proteção às colunas que iam às sanzalas e às fazendas ver como aquilo estava. Cada vez que saía uma coluna tinha de ir um de nós da saúde com a bolsa de maqueiro, com comprimidos sobretudo contra o paludismo. O mesmo acontecia, por exemplo, quando o capelão queria ir celebrar missa: um de nós acompanhava-o sempre.

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