Regresso em boa forma dos the Warlocks. Depois de um demasiado longo período de torpor e quase secretismo ditado pelos excessos psicadélicos.
Os The Warlocks foram criados em 1998, em Los Angeles, por Bobby Hecksher (guitarra e voz), adoptando o nome antes usado tanto pelos The Grateful Dead como pelos The Velvet Underground. Seriam estas duas bandas, aliás, as referências para o som perseguido pelos The Warlocks, um misto de psicadelismo e de ritmos repetitivos numa nuvem narcótica alucinatória. Em 2000 assinam com a Bomp!, que logo lhes edita um mini-álbum, homónimo, e em 2001 o primeiro longa-duração, ‘Rise and Fall’. Mas seria em 2002, com a edição de ‘Phoenix’ pela Birdman, rompido o contrato com a Bomp!, que os The Warlocks saltam para a boca do mundo, recebendo críticas elogiosas e realizando uma grande digressão pelos Estados Unidos e Europa com os Black Rebel Motorcycle Club, The Raveonettes e Interpol, integrados na onda de renascimento do rock. Esta visibilidade despertou o interesse da Mute, que em 2005 lhes edita ‘Surgery’, o terceiro álbum. Mas a recepção mitigada que o disco teve e as queixas da banda do som final ter sido limpo contra a sua vontade, para tornar a música mais acessível, põem fim à relação com a Mute. Começa o calvário dos The Warlocks que, sem contrato discográfico, com constantes mudanças na formação – a ponto de Bobby Hecksher ser o único membro original – e uma abordagem desleixada das prestações ao vivo, rapidamente ganha fama de banda de drogados. Gravam ainda assim dois discos quase clandestinos para a Tee Pee, ‘Heavy Deavy Skull Lover’ (2007) e ‘The Mirror Explodes’ (2009), onde exploram caminhos mais experimentais do que nos trabalhos anteriores.
O disco
Só em 2013, depois de dois trabalhos digitais, os The Warlocks voltam aos álbuns, com ‘Skull Worship’, editado pela Zap Banana, que é também o regresso às boas críticas e ao psicadelismo negro que os tornou especiais. A sua boa forma pôde ser atestada no concerto na segunda edição do Festival Reverence, em 2015, única aparição em Portugal até à data. O novo álbum, o nono, destes exploradores de psych-drone, ‘Songs from the Pale Eclipse’, foi montado a partir do arquivo de gravações de Hecksher, que, trabalhando por inspiração, grava de imediato qualquer ideia que tenha para uma nova música, num método que, ao longo do tempo, o deixou com uma colecção de esboços e maquetes, alguns com mais de dez anos. E se estas dez canções são sobras, elas terão sido deixadas de lado mais por razões temáticas do que por questões de qualidade. ‘Songs from the Pale Eclipse’ soa como um álbum típico dos The Warlocks e com uma qualidade ao nível da dos seus melhores momentos; Bobby Hecksher e seus acompanhantes – John Christian Rees (guitarra), Earl Miller (guitarra), Christopher DiPino (baixo) e Jason Anchondo (bateria) – continuam os mesmos cartógrafos sónicos, a mapear o submundo psicadélico com rios de guitarras crepitantes e lentos ritmos repetitivos sobre escolhos de feedback. É um maravilhoso álbum de psicadelismo negro, onde os momentos de felicidade são interrompidos por psicóticas descargas de terror noturno. lD
‘Songs from the pale eclipse’
Editora
Cleopatra
Livro
‘Homens imprudentemente poéticos’
Tendo por cenário um Japão antigo e ficcional e por personagens dois vizinhos unidos pela inimizade e pela pobreza, Valter Hugo Mãe volta a surpreender- -nos com a sua escrita encantatória, que nos transporta para os segredos de uma cultura mitológica que nos permite percepcionar os mistérios obscuros da alma humana.
Editora
Porto editora
Disco
‘Rock Extravaganza’
Quarto álbum de Victor Afonso, que assina como Kubik, a prosseguir os caminhos de engenharia sonora, de hibridismo de géneros e fragmentação estética de trabalhos anteriores, agora transpondo para o campo musical a premissa do dramaturgo James Planché sobre a "extravaganza" como sendo "o tratamento lunático de um assunto poético".
Editora
edição de autor
Filme
‘Loucamente’
Duas mulheres diametralmente opostas que, internadas num hospital psiquiátrico, se tornam amigas inseparáveis. A fuga da instituição, para uma viagem ao passado, é o mote para ‘road movie psicanalítico’, onde a tragédia e a comédia bipolarizam numa magistral sequência de emoções extremas.
Realizador Paolo Virzi
Interpretação Valeria Bruni Tedeschi E Micaela Ramazzotti
Exibição cinemas
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.