Salários sobem 2,1% no próximo ano
Vencimentos vão aumentar nos próximos anos por via do descongelamento, inflação e aumento do emprego.
As remunerações médias em Portugal vão subir 2,1% no próximo ano. Segundo o Conselho das Finanças Públicas, entre 2019 e 2022 os salários vão crescer, no total, 9,1%, reflexo do descongelamento das carreiras dos funcionários públicos, aumento do emprego e evolução da inflação.
"Não é insustentável que haja aumentos salariais", defendeu esta quinta-feira a presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, na apresentação do relatório ‘Finanças Públicas: Situação e Condicionantes’.
O organismo que controla as contas do Estado projeta que as remunerações médias subam 2,1% em 2019, após o aumento de 1,6% este ano devido ao descongelamento das carreiras dos funcionários públicos – cuja segunda tranche começou ontem a ser paga – e "outros efeitos remuneratórios" como o pagamento de horas extra na saúde.
Para 2020, a valorização será de 2,2%, seguida de 2,4% tanto em 2021 como em 2022, fruto do "impacto cumulativo futuro" do descongelamento e a "hipótese técnica de atualização anual" dos salários por via da inflação, conjugada com a queda da taxa de desemprego.
A instituição não deixa de olhar com cautela para esta evolução: "O crescimento das remunerações continua a exceder os preços das exportações e da produtividade, o que significa perda de competitividade", disse Teodora Cardoso.
Défice fica abaixo do previsto por Centeno
A instituição alerta, porém, que a evolução "requer prudência", por refletir o crescimento do consumo público e privado ao invés da subida do investimento e das exportações, "os únicos motores de sustentabilidade da economia". Prevê ainda um excedente orçamental em 2021.
Marcelo apela a cautela orçamental
PORMENORES
Saúde
O Conselho das Finanças Públicas alerta para a situação do setor da saúde. "A ideia de que é gratuito e que se pode gastar à vontade não é verdade", disse Teodora Cardoso.
Despesa com pessoal
O relatório da instituição revela que "há grandes pressões do lado da despesa", devido aos custos com pessoal e pensões.
Carga fiscal
A presidente da instituição defendeu ainda que o Governo tem "muito pouco espaço para aumentar impostos".
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