Salgado recusa "julgamento sumário"
Ex-líder do BES diz ter levantado incidente de suspeição contra Carlos Costa.
Pergunta CM
Ricardo Salgado está a ser alvo de um "julgamento sumário"?
O ex-presidente executivo do BES regressou ao Parlamento para contrariar a imagem de "julgamento sumário" a que tem sido sujeito na comunicação social. E tem feito duros ataques ao Banco de Portugal (BdP), revelando que levantou um incidente de suspeição contra o governador Carlos Costa.
Ricardo Salgado aponta o dedo ao supervisor por revelar factos da auditoria forense, "supostamente confidenciais", a dias de ser ouvido na comissão de inquérito.
"Fui confrontado com um projeto de decisão administrativa do BdP em que o regulador presume que sou responsável pelo agravamento da situação do BES porque fui administrador até 13 de julho de 2014", afirmou Salgado aos deputados, adiantando que pediu para consultar o processo e que tal não lhe foi permitido.
Documentos
19-03-2015_16_35_12 RicardoSalgado.pdf"Foi-me respondido que o processo é apenas consitutuído pelo projeto de decisão. Por isso, levantei incidente de suspeição do governador por manifesta falta de isenção", reforçou o ex-banqueiro.
Numa postura de fuga para a frente, rejeitando a ideia de ser o responsável por todas as decisões no BES e no GES, Ricardo Salgado sublinhou também que "o ring fencing [blindagem] cego prejudicou o BES em vez de o proteger".
"Lutar pela minha honra"
"É inadmissível que o BdP ande a divulgar gota a gota, através da imprensa, elementos para que haja uma pré-decisão num julgamento sem que este efetivamente se possa realizar", considerou.
Tal como na primeira audição no Parlamento, a 9 de dezembro, Salgado voltou a repetir os seus objetivos: "Lutar pela minha honra e da minha família."
"Não pretendo nem nunca pretendi refugiar-me no desconhecimento porque ignorância dos factos não é imunidade", frisou o ex-líder do BES, adiantando: "Seguramente não terei tudo a ver com tudo como tantas vezes tem sido sugerido."
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