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BCE reúne de emergência esta quarta-feira para debater agravamento dos juros das dívidas soberanas dos países

Investidores têm reagido com receio ao agravamento das políticas monetárias dos bancos centrais.

15 de junho de 2022 às 09:36

O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) agendou para esta quarta-feira de manhã uma reunião extraordinária de emergência, face ao "sell-off" generalizado que se assiste nos mercados mundiais e ao agravamento dos juros das dívidas soberanas dos países.

Os investidores têm reagido com receio ao agravamento das políticas monetárias dos bancos centrais, temendo que um aumento mais expressivo das taxas de juro diretoras possa conduzir a uma recessão económica mundial.

Na semana passada o BCE determinou o fim das compras líquidas de dívida já no dia 01 de julho e apontou para uma subida das taxas de juro em julho e setembro, invertendo o discurso que tinha sido dominante até ao momento.

Para esta quarta-feira será a vez da Reserva Federal norte-americana divulgar o valor do aumento que vai avançar em julho, com os analistas a estimarem uma subida de 75 pontos base, depois da inflação em maio nos Estados Unidos ter batido máximos de 40 anos.

Em reação, os últimos dias têm sido de agitação nos mercados financeiros com vários índices a baterem valores mínimos.

Em concreto, na reunião desta manhã, o Conselho de Governadores quer discutir o recente "sell-off" de títulos de dívida dos países da moeda única, que disparou após os anúncios do BCE. Em Itália, onde se registou a subida mais expressiva, os juros bateram os 4% pela primeira vez desde 2014. Em Portugal, superaram a fasquia dos 3%, algo que não sucedia desde finais de julho de 2017.

A reunião está marcada para as 11h00, horário de Frankfurt (10 da manhã em Lisboa), esperando-se a qualquer momento uma declaração do regulador. O encontro foi incialmente reportado pelo jornal italiano Corriere della Sera.

"O banco central precisa de se preocupar se os investidores não puderem comprar ou vender títulos em mercados secundários e os emissores tiverem que adiar o financiamento", afirmou Christoph Rieger, chefe de estratégia do Commerzbank, citado pela Bloomberg. "Em contraste com episódios anteriores de movimentos desordenados do mercado, a inflação faz a diferença desta vez. O BCE não pode simplesmente despejar dinheiro no problema, pois o aperto monetário e as taxas mais altas são realmente necessários."

Embora o instituição liderada por Lagarde já tenha dito que consegue desenvolver rapidamente uma nova ferramenta para acalmar as preocupações dos investidores, tem estado relutante em revelar detalhes, convencido de que há poucos benefícios em fazê-lo e preocupado que os mercados possam tentar imediatamente testar seus limites.

A membro do Conselho Executivo Isabel Schnabel – responsável pelas operações de mercado do BCE – sinalizou na noite de terça-feira que qualquer resposta ao pânico do mercado de títulos virá quando for necessário e dependerá da situação específica que se esteja a travessar. Contudo assegurou que o BCE não tolerará "mudanças nas condições de financiamento que vão além dos fatores fundamentais".

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