Representante da UACS considerou que as medidas de controlo da pandemia "são restritivas mas não são impeditivas",
Os comerciantes do Chiado e da Baixa de Lisboa estão otimistas em relação às vendas de Natal e perspetivam uma dinâmica de recuperação, que se poderá aproximar dos resultados de 2019, mas prevalece "uma grande incerteza" devido à pandemia.
Com perspetivas semelhantes, a presidente da União de Associações do Comércio e Serviços da Região de Lisboa e Vale do Tejo (UACS), Lourdes Fonseca, disse que "há uma grande expectativa", sobretudo devido às novas medidas de controlo da pandemia de covid-19, que entram em vigor na quarta-feira, 1 de dezembro.
Em declarações à agência Lusa, a representante da UACS considerou que as medidas "são restritivas mas não são impeditivas", no entanto, podem provocar "alguma mudança de comportamento" por parte do consumidor, inclusive receio em andar na rua a fazer compras, o que pode fazer com que "não se verifique a retoma em termos normais de Natal".
A incerteza da evolução da pandemia faz com que as famílias "poupem mais" e há também situações de "uma diminuição efetiva do rendimento familiar", verificando-se "uma retração do consumo" nas compras de Natal, indicou Lourdes Fonseca, referindo que, apesar do impacto do contexto pandémico no poder de compra, há setores que "já estão em recuperação".
"Há quem já tenha conseguido recuperar [...], quem tenha feito o 'Black Friday' e que tenha tido bons resultados, sobretudo lojas de maior dimensão", referiu a presidente da UACS, explicando que as zonas de Lisboa que têm tido uma melhor recuperação da atividade económica são as que têm mais habitantes e que "estão mais dependentes do consumidor interno, quer da cidade, quer dos visitantes portugueses", em vez do turismo internacional.
Para o presidente da Associação de Dinamização da Baixa Pombalina (ADBP), Manuel de Sousa Lopes, "as perspetivas são as melhores" para o comércio durante a época do Natal nesta zona histórica de Lisboa, ressalvando que: "como é óbvio não são o que esperaríamos e que desejaríamos, mas estamos, neste momento, já num patamar e numa plataforma de vendas bastante razoável".
Neste âmbito, a ADBP fez "investimentos avultados" na dinamização da Baixa durante estas festividades, tendo disponibilizado, pela primeira vez, o Comboio de Natal, que circula pelas ruas desta zona da capital, e os mercados no Rossio e na Praça da Figueira, a que se junta ainda as iluminações, de forma a atrair a visita de "muitas famílias e, acima de tudo, de muitos consumidores".
"Estamos, neste momento, com um patamar já de vendas bastante razoável em relação a 2020, em que estivemos praticamente parados. Esperando a continuidade desses bons negócios, os nossos empresários estão entusiasmados [...], todos nós temos essa esperança que seja uma recuperação e a continuidade de uma recuperação razoável, para que em 31 de dezembro se possa dizer que a proximidade dos resultados de 2019 foi bastante acentuada e as pessoas possam fechar o ano com alguma felicidade e com alguma esperança de continuidade para 2022", declarou à Lusa Manuel de Sousa Lopes.
Ainda que a expectativa seja de aproximação dos resultados de 2019 relativamente às vendas de Natal, mas apenas nalguns setores, como a restauração e a hotelaria, a principal preocupação dos comerciantes da Baixa tem a ver com a evolução da pandemia, com a falta de confiança das pessoas para saírem à rua, com à possibilidade de medidas mais restritivas de circulação.
O presidente da ADBP realçou ainda que "o turismo tem um valor incalculável", representando 70% a 75% do consumo na Baixa de Lisboa.
Na perspetiva do presidente da Associação de Valorização do Chiado (AVChiado), Victor Silva, as expectativas em relação às vendas de Natal "são animadoras", porque esta zona histórica de Lisboa tem "bom comércio de rua" e está convidativa a um passeio pelas ruas, com as iluminações natalícias.
"As pessoas estão a vir, nota-se que há pessoas, mas há menos poder de compra", apontou Victor Silva, considerando que "é impensável" recuperar para números do Natal de 2019: "estamos muito aquém e estaremos, porque há aqui uma crise profunda e as pessoas também têm medo, têm medo do amanhã".
O presidente da AVChiado reforçou que "há uma grande incerteza" sobre a evolução da pandemia e "as últimas notícias não são favoráveis", com o aparecimento da nova variante Ómicron, pelo que "há alguma contenção" nas compras de Natal, revelando que "mesmo o 'Black Friday' foi envergonhado, não teve nada a ver com os outros anos".
"Em 2020 estivemos um mês e meio fechados, em 2021 estivemos cerca de três meses, e sem apoios, esse é o grande problema, é que passa a ideia que o comércio e a restauração, toda a gente recebeu apoios e isso não aconteceu, porque os apoios eram muito restritos e não tivemos apoio na generalidade aqui no Chiado nem da Câmara Municipal nem do Governo", lamentou Victor Silva, alertando para o encerramento de vários estabelecimentos.
O representante dos lojistas do Chiado disse que "há casas [estabelecimentos] que estão a fechar umas atrás das outras", indicando que "na Rua Nova do Almada, por exemplo, que era uma rua que já tinha os estabelecimentos abertos na totalidade, neste momento, já tem vários fechados".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.