Nos primeiros três meses do ano, cresceu 11,9% em termos homólogos e 2,6% em cadeia.
O crescimento da economia portuguesa deverá ter abrandado no segundo trimestre do ano em termos homólogos, face ao crescimento registado nos primeiros três meses do ano, com os economistas a apontarem para um intervalo entre 6,3% e 11,9%.
Segundo os economistas consultados pela Lusa, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, que o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta sexta-feira, deverá ficar aquém do registado entre janeiro e março.
A projeção mais pessimista é a do NECEP - Católica-Lisbon Forecasting Lab, que aponta para uma expansão homóloga de 6,3% e uma contração em cadeia de 0,8%.
"Face ao período pré-covid no quarto trimestre de 2019 a economia deve ser 0,3% maior. Estas estimativas estão envoltas em enorme incerteza com intervalos na ordem dos dois pontos percentuais. E são das mais pessimistas entre as entidades que seguem a economia portuguesa", assinala à Lusa João Borges Assunção, coordenador do grupo da Católica.
Já os economistas do BPI estimam um crescimento homólogo de 7,5% e em cadeia de 0,3%, enquanto os economistas do Santander Portugal apontam para uma expansão homóloga de 8,6% e a rondar os 1,3% em cadeia.
"Em termos anuais, a economia poderá estar a registar um crescimento acumulado até ao segundo trimestre de aproximadamente 7,6%", assinala Bruno Fernandes, economista do Santander Portugal, em declarações à Lusa.
Por sua vez, Paulo Rosa, economista sénior do Banco Carregosa, considera que o PIB no segundo trimestre deste ano deverá abrandar em termos homólogos e ser inferior aos 11,9% registados no primeiro trimestre.
"Apesar do atual bom momento do setor do turismo, o abrandamento da atividade económica global, a desaceleração do consumo interno, penalizada pela inflação, bem como da indústria e da construção, justificam também uma moderação do crescimento do PIB neste segundo trimestre", justifica.
O economista acredita que um crescimento em cadeia "acima dos 2,6%" é "exequível".
A justificar a evolução no conjunto do trimestre está, segundo, Paula Carvalho o consumo privado, devido à "robustez" do mercado de trabalho e ainda das poupanças acumuladas durante os confinamentos, e as exportações, com a recuperação da atividade turística.
"De referir ainda o abrandamento progressivo da atividade e pioria do sentimento ao longo do trimestre, em resposta a um ambiente financeiro mais restritivo (subida das taxas de juro) e persistência de pressão ao nível dos preços, quer no consumidor quer ao nível do produtor", refere a economista.
Já Bruno Fernandes, assinala como principais "'drivers' de crescimento", em cadeia, o contributo "expressivo" das exportações líquidas, decorrente do crescimento significativo das exportações de serviços fruto da forte e contínua recuperação do setor do turismo.
"O consumo privado deverá registar um abrandamento face ao trimestre anterior, enquanto o investimento poderá ter recuado", aponta.
Em termos homólogos, adianta, deverá registar-se um contributo positivo de todas as componentes da despesa, novamente a destacar-se a influência das exportações de serviços para o crescimento, seguida do consumo privado e do investimento em capital fixo.
Também João Borges Assunção atribui a principal influência positiva à recuperação do turismo e hotelaria.
"A procura externa líquida também deve ajudar, embora neste último caso os efeitos da inflação e da subida dos preços da energia e dos bens alimentares dificultam a leitura da evolução da economia em termos reais", refere, assinalando que pode haver uma correção em baixa no segundo trimestre devido ao valor invulgarmente elevado do PIB no primeiro trimestre do ano e defendendo que uma eventual contração em cadeia "não deve ser sobre-interpretada".
"Mesmo que haja um crescimento positivo do PIB no segundo trimestre os sinais de abrandamento são já bastante claros, pelo que o terceiro trimestre arranca num registo mais fraco que o segundo. Ainda é cedo para dizer se haverá uma recessão em Portugal, ou mesmo na zona euro ou nos Estados Unidos", diz o economista, que identifica a inflação como o principal risco.
Para Borges Assunção, "os efeitos sobre a economia portuguesa tenderiam a ocorrer com um diferimento de um ou dois trimestres".
Paulo Rosa também assinala o impacto das exportações de serviços nos segundos e terceiros trimestres, suportado sobretudo pela recuperação do turismo.
"Ao mesmo tempo, os indicadores de curto prazo sugerem um abrandamento do consumo privado, produção industrial e construção devido aos custos crescentes dos preços da energia e restrições da oferta global. A procura mais fraca dos parceiros comerciais, nomeadamente os europeus, também deverá pesar negativamente nas exportações de bens", acrescenta o economista sénior do Banco Carregosa.
Nos primeiros três meses do ano, o PIB cresceu 11,9% em termos homólogos e 2,6% em cadeia.
No segundo trimestre de 2021, o PIB avançou 16,5%, em termos homólogos e 4,4% em cadeia.
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