Kristalina Georgieva defendeu mais apoio aos países pobres nas reestruturações da dívida.
A diretora executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou, este domingo, que a economia global está "melhor do que temíamos, mas pior do que precisamos", e defendeu mais apoio aos países pobres nas reestruturações da dívida.
"A minha mensagem principal hoje é muito direta: a economia global está melhor do que temíamos, mas pior do que precisamos", disse Kristalina Georgieva no final do encontro dos líderes das 20 economias mais industrializadas do mundo, que decorreu em Joanesburgo, e pela primeira vez em África.
Num contexto de "mudanças políticas radicais e transformações profundas, surgiu um tema comum, a importância de construir resiliência", acrescentou, apontando que a economia está melhor do que o previsto "porque se mostrou resiliente a múltiplos choques, a tensões comerciais e a uma elevada incerteza", muito por ação do dinamismo do setor privado e do reforço das instituições ao longo dos anos.
Por outro lado, admitiu, a economia global está pior do que o desejável, com um crescimento "persistentemente baixo --- abaixo dos níveis pré-covid --- e a dívida é excecionalmente elevada, sufocando muitos países, especialmente os mais pobres".
Defendendo que os governos têm de fazer o trabalho de casa, através de políticas que construam confiança e que promovam reformas estruturais, Georgieva apontou que "a ação interna precisa de ser complementada pela ação conjunta" e vincou que "a cooperação política é especialmente vital em tempos de incerteza".
A necessidade de garantir novos financiamentos públicos e privados para os países mais necessitados foi também sublinhada pela líder do Fundo, que mantém 21 programas em curso na África subsaariana, de um total de 50 a nível mundial.
"As medidas relativas à dívida também devem ser mais decisivas; foram feitos bons progressos no âmbito do Enquadramento Comum [para além da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida, lançada em abril de 2020], mas são necessários mais esforços para realizar reestruturações da dívida mais rápidas e previsíveis", argumentou.
No que diz respeito à Inteligência Artificial, um tema que tem atravessado todos os encontros internacionais nos últimos meses, a líder do FMI disse que a utilização de IA "pode reverter a tendência de crescimento lento", proporcionando quase 1% de crescimento económico adicional, o que é "notável".
No entanto, reconheceu, "nem todos os países estão preparados", já que "nas economias avançadas, potencialmente 60% dos empregos serão afetados, nas economias de mercados emergentes 40% e nos países de baixo rendimento 26%, portanto, a IA é como um tsunami a atingir o mercado de trabalho".
Na declaração enviada aos jornalistas no final do encontro de Joanesburgo, Georgieva disse ainda que o FMI criou um "índice de preparação" para a IA em quatro pontos.
O que significa estar preparado? Criámos um índice de preparação que analisa quatro dimensões: infraestrutura digital, competências e mercados de trabalho flexíveis, difusão e ética e regulamentação.
"Vemos um espetro muito grande de divergências, havendo poucos países com desempenho muito bom em todas, muitos países com bom desempenho em algumas, e um grupo de países, em sua maioria em desenvolvimento, ficando para trás", afirmou.
Para ajudar os países a avançar, o FMI defende três prioridades: políticas internas que melhorem rapidamente a preparação para a IA, uma plataforma comum para ética e regulamentação, liderada pelas Nações Unidas, e ajudar os países em desenvolvimento a não ficarem para trás, de forma a garantir "que a IA seja uma força de prosperidade para todos", concluiu.
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