Na proposta do Orçamento do Estado para 2026, o Executivo liderado por Luís Montenegro prevê que a política monetária mantenha-se "relativamente inalterada". Espera-se um alívio, embora pouco acentuado, na Euribor a três meses.
O Governo espera que a política monetária do Banco Central Europeu (BCE) mantenha-se "relativamente inalterada em 2026". Na proposta de Orçamento do Estado para 2026 (OE 2026), o Executivo liderado por Luís Montenegro admite que, face à tendência descendente da taxa de inflação, as taxas de juro não deverão sofrer mexidas, mas admite que a média anual da Euribor a três meses alivie muito ligeiramente de 2,1% para 2% no próximo ano.
A queda deverá ter um impacto, embora diminuto, na rendibilidade dos certificados de aforro, que estão indexados à Euribor de menor prazo. A descida também deverá aliviar um poucos os juros dos créditos à habitação, indexados à mesma maturidade, que em setembro registaram um ligeiro aumento da média para 2,027%.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a agosto indicam que a Euribor a três meses é a menos utilizada pelos consumidores que procuram empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável, representando apenas 25,45% do "stock". A taxa a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal, representava 38,13% e a de 12 meses 31,95%. Estas duas maturidades também registaram um ligeiro aumento em setembro, numa altura em que o BCE decidiu manter as taxas de juro inalteradas nas duas últimas reuniões.
Apesar de partir do pressuposto de que a Euribor a três meses deve cair para 2,1% na média anual em 2025, o Conselho de Finanças Públicas reconhece que, "de forma a atingir a hipótese do MF para 2025, seria necessária uma redução média em torno de 50 pontos-base, até ao final do ano, face às expectativas atuais do mercado, o que aparenta ser inviável tendo em conta a 'guidance' recente da política monetária do BCE".
Na última reunião de política monetária, realizada em setembro, o banco central decidiu manter as taxas de juro inalteradas. As taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de depósito, às operações principais de refinanciamento e à facilidade permanente de cedência de liquidez permanecerão assim em 2,00%, 2,15% e 2,40%, respetivamente.
Após oito cortes, num total de 200 pontos-base, a autoridade liderada por Christine Lagarde decidiu interromper o ciclo de alívio em julho - uma decisão prerrogorada em setembro. Com os preços na Zona Euro a acelerarem para 2,2% no mês passado, os mercados não esperam uma mexida nas taxas de juro na reunião de 30 de outubro - nem até ao final do ano.
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