Primeiro vice-presidente da AHRESP defende a aplicação temporária da taxa reduzida de IVA nos serviços de alimentação e bebidas, um reforço dos apoios a fundo perdido e a disponibilização de apoios para empresas recentes.
A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) reiterou esta quarta-feira que os apoios disponíveis para o setor "não são suficientes", defendendo medidas como a amortização em 10 anos das moratórias bancárias e a redução temporária do IVA.
"Sendo certo que reconhecemos o esforço do Governo no sentido de apoiar o tecido empresarial [com as moratórias], é manifestamente insuficiente. As moratórias não são fundos perdidos, as linhas covid não são subvenções. Sabemos que não vai haver capacidade de solver responsabilidades futuras", afirmou o 1.º vice-presidente da AHRESP durante uma audição na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, conjunta com a Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia e do processo de recuperação económica e social.
Reconhecendo que, "por exigências da EBA [Autoridade Bancária Europeia], as moratórias não vão ser arrastadas por muito mais tempo", Carlos Moura disse que "o setor bancário também está preocupado com as imparidades que podem ocorrer, porque toda a gente tem a consciência que não vai ser possível corresponder àquilo que deixou de pagar".
"Precisamos de ter um plano de amortização das moratórias a 10 anos. O Estado tem de ajudar o tecido empresarial. Se houver subvenções tanto melhor, mas, mesmo para se pagar, tem de ser um plano a longo prazo entre a banca e as empresas, obviamente tutelado pelo Governo", sustentou.
Outras das medidas adicionais reclamadas pela AHRESP são a aplicação temporária da taxa reduzida de IVA nos serviços de alimentação e bebidas, um reforço dos apoios a fundo perdido (nomeadamente no âmbito do programa Apoiar Rendas), a disponibilização de apoios para empresas recentes (atualmente "completamente desprovidas" de qualquer auxílio) e que a diminuição da quebra de faturação tida em conta para o apoio "seja no mínimo de 15%".
Também importante para a associação é a constituição de um fundo de capitalização das empresas que lhes permita "reforçar as suas estruturas de capitais para poderem concorrer a novos fundos e apoios no período pós-pandemia", assim como a continuidade do 'lay-off' simplificado até 2021, a redução para dois escalões do apoio à retoma progressiva e a publicação do novo incentivo extraordinário do apoio simplificado.
Ainda reclamadas são campanhas de dinamização do consumo e um mecanismo único do acesso aos apoios, "face à sua complexidade e imensidão".
Também ouvida no parlamento, a Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT) lamentou que, "já com mais de um ano de pandemia", a nível legislativo "se continuem a verificar os mesmos erros".
"O ordenamento jurídico covid continua a ser pouco claro, direto, e de difícil aplicação e recorre a conceitos indeterminados e diferentes da legislação de base preexistente", afirmou Isabel Tavares de Oliveira, do gabinete jurídico da APHORT.
Adicionalmente, disse, a legislação é publicada sem a antecedência necessária para permitir às empresas adaptarem-se, sendo que "nem sempre o que é anunciado é o que é publicado", o que implica, "inúmeras vezes, a necessidade de pedidos de esclarecimento à tutela".
A consultora jurídica da APHORT defendeu também um "maior reforço e flexibilização dos apoios", notando que "as empresas mais recentes estão muito desprotegidas".
Já relativamente ao selo 'Clean & Safe', que atesta a conformidade dos estabelecimentos com as normas sanitárias, a associação diz ter sido muito procurado pelas empresas, mas considera que "acabou por se verificar que não é valorizado pela procura e pelo mercado".
"Esta renovação [do selo certificador] que está agora em cima da mesa tem muitíssimos mais detalhes do que a anterior, pelo que, neste momento, não nos parece que o melhor seja criar mais obrigações para os nossos associados. Não estamos em tempo de criar mais complicações no negócio", sustentou, acrescentando: "Vemo-lo bem, mas não criando normas excessivas e novas obrigações de investimento aos que a ele querem aceder".
PD // EA
Lusa/Fim
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.