A edição de hoje
Para alguns portugueses –“centenas” todas as semanas, garantem os responsáveis – será o fim das viagens a Espanha para comprar móveis. Para todos os outros, a abertura em Portugal do primeiro hipermercado IKEA, que deverá acontecer até ao final do próximo ano, será a oportunidade de adquirir mobiliário a preços mais baixos. “Será muito mais do que isso”, afirmou ao Correio da Manhã fonte ligada ao grupo de origem sueca.
Para já, a abertura do novo espaço, que estará localizado na zona comercial de Alfragide, na Amadora, vai permitir a criação de quatro centenas de postos de trabalho directos. No entanto, o IKEA assegura já a colaboração regular de cerca de duas dezenas de fornecedores nacionais entre os 2 000 que compõem a rede a nível mundial.
“Em Portugal, colaboramos actualmente com 23 fornecedores, o que constitui um total de 73,7 milhões de euros em compras no ano passado. Ou seja, cerca de 1 por cento do total das exportações portuguesas”, referiu António Machado, responsável do Grupo.
INVASÃO SEMANAL
De acordo com António Machado, os fins-de-semana e os feriados são dias de autênticas romarias de portugueses às lojas portuguesas em Espanha. Bons indicadores para, segundo o responsável, o Grupo poder “ultrapassar, no primeiro ano de actividade, o número de um milhão de visitantes”. De resto, a facturação do Grupo na Península Ibérica ultrapassou no ano fiscal de 2002, que terminou a 31 de Agosto, 337 milhões de euros, depois de em 2001 ter facturado 292 milhões de euros.
Segundo António Machado, “o mercado português apresenta boas perspectivas de crescimento nesta área de negócios”. O responsável do Grupo IKEA não esconde, assim, que à loja de Alfragide poderá seguir-se uma outra no Porto. “Prevemos a eventual aberturam de uma segunda loja entre 2005 e 2006 no Porto”, explicou.
Neste momento, o grupo de origem sueca, que opera desde 1958, tem 175 lojas espalhadas por 32 países. Os produtos saem de 25 grandes centros de distribuição.
“Em Portugal, mais do que apenas uma loja de mobiliário, as pessoas podem esperar serviços inovadores: distribuição e transporte, entrega ao domicílio, montagem e instalação, área de entretenimento infantil, restaurante e loja sueca e parque de estacionamento”, garante António Machado.
É uma das inovações propostas pelo Grupo IKEA. Já disponível em alguns hipermercados nacionais, ainda que com pouca expressão – pequenas peças, quase sempre de escritório ou arrumação –, o mobiliário ‘faça você mesmo’ vai ser a grande aposta do novo espaço comercial. Mas não será a única alternativa, explicou António Machado, responsável do Grupo.
“Apesar de os nossos móveis estarem concebidos para serem montados pelo cliente, uma forma de baixar ainda mais o preço final, o Grupo disponibiliza um serviço de entrega ao domicílio, montagem e instalação”, adiantou ao Correio da Manhã o responsável da cadeia IKEA em Portugal.
Os preços reduzidos no mobiliário, um dos principais trunfos apregoados pela marca, resultam, de acordo com António Machado, do funcionamento do sistema de distribuição. “Além do desenvolvimento de embalagens planas, que permitem a gestão óptima do espaço de armazenamento e transporte dos produtos, a IKEA tem também uma rede de armazéns, de acordo com as áreas de influência dos fornecedores, facilitando a distribuição desses produtos.”
PREÇO ACESSÍVEL
“O conceito assenta no seguinte princípio: criar um melhor dia-a-dia para a maioria das pessoas, através da oferta de uma ampla gama de artigos para o lar, cuja funcionalidade, design e acessibilidade ao nível do preço é uma realidade”, assegura António Carvalho.
Quem se deslocar ao novo espaço comercial de Alfragide, a abrir até ao final de 2003, poderá, por exemplo, alugar uma carrinha para transportar as suas compras na loja IKEA ou provar uma típica refeição sueca no restaurante local. Novidade será também a aposta no catálogo da marca, já uma referência a nível internacional, com edições anuais.
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