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Juros sobem nos empréstimos mas não nos depósitos

Taxas de juro para a compra de casa triplicaram o ano passado face a 2021, terminando em 3,24% em dezembro de 2022.

03 de fevereiro de 2023 às 01:30

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Economia, dinheiro, depósitos, juros
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No dia em que os vários prazos da Euribor renovaram máximos e o Banco Central Europeu anunciou mais um aumento das taxas diretoras, o banco central português revelou que a banca no País é a pior da zona euro a remunerar os novos depósitos a prazo. São negativas as informações divulgadas esta quinta-feira para quem tem créditos à habitação e para quem aplicou em 2022 as poupanças em depósitos bancários. A taxa de juro dos novos depósitos a prazo de particulares atingiu, em dezembro, 0,35%, "a mais baixa da área do euro", constatava esta quinta-feira, numa nota estatística, o Banco de Portugal (BdP).Inflação: Famílias vão resistir à subida dos juros? Inflação: Famílias vão resistir à subida dos juros?A França era, entre os países da zona euro, a que pagava melhor os novos depósitos, registando uma taxa média de 2,29%. A média da zona euro fixava-se, em dezembro, em 1,44%.O balanço divulgado pela entidade liderada por Mário Centeno dá conta de que o montante de novos depósitos a prazo de particulares em Portugal foi de 49 393 milhões de euros, mais 6,3 mil milhões de euros do que em 2021, remunerados, em dezembro, a uma taxa de juro média de 0,35%, que compara com 0,04%, em dezembro de 2021. Do montante dos novos depósitos constituídos, 88% foram aplicados a prazo até um ano, remunerados, em dezembro, a uma taxa de juro média de 0,30%.Já a taxa de juro média dos novos empréstimos às empresas mais do que duplicou no último ano, aumentando de 2% em dezembro de 2021 para 4,44% em dezembro de 2022.Relativamente aos novos empréstimos à habitação concedidos o ano passado, a taxa de juro média mais do que triplicou em relação a 2021, subindo de 0,83% em dezembro de 2021 para 3,24% em dezembro de 2022. Esta subida "acompanha a trajetória das taxas Euribor, que, em dezembro, foram em média 3,03% no prazo a 12 meses, 2,57% a 6 meses e 2,07% a 3 meses (-0,50%, 0,54% e -0,58% em dezembro de 2021, respetivamente)", segundo o BdP.Num quadro de agravamento das prestações, o BdP nota que as renegociações de contratos à habitação registam uma tendência de subida no último trimestre de 2022.PORMENORESJuros sofrem aumento de 50 pontosAs três taxas de juro diretoras do BCE vão subir 50 pontos-base a 8 de fevereiro. As operações principais de refinanciamento dos bancos terão um juro de 3%, na cedência permanente de liquidez passa a haver uma taxa de 3,25% e de 2,5% na facilidade de depósitos.BCE dá ajuda no custo da dívidaO anúncio do BCE fez com que os juros das dívidas dos Estados aliviasse de forma bastante expressiva na zona euro, refletindo uma grande procura por este ativo de refúgio. No caso da dívida portuguesa a dez anos baixou esta quinta-feira 29,2 pontos-base para 2,886%, o valor mais baixo desde janeiro.Referência europeia melhoraA ‘yield’ da dívida alemã a dez anos - referência para o mercado europeu - também caiu esta quinta-feira, tendo chegado a aliviar 21,6 pontos-base para 2,064%, renovando mínimos de mais de duas semanas.Estados unidos com taxas até 4,75%A Reserva Federal (Fed) norte-americana já tinha anunciado, esta quarta-feira, um aumento de 25 pontos-base da taxa de juro diretora, para um intervalo entre 4,50% e 4,75%.Valor mais alto em 14 anosO Banco de Inglaterra anunciou esta quinta-feira um novo aumento de 0,5 pontos percentuais nas taxas de juro no Reino Unido, que sobem de 3,5% para 4%, o nível mais alto em 14 anos.Lagarde avisa que BCE vai fazer novas subidasA partir de 8 de fevereiro, a taxa de juro aplicável às principais operações de refinanciamento dos bancos da zona euro passa para 3%. Este será o reflexo direto da decisão tomada esta quinta-feira pelo conselho do Banco Central Europeu (BCE), que decidiu subir em mais 50 pontos os seus juros de referência. A presidente do BCE, Christine Lagarde, avisou que a instituição não ficará por aqui. Haverá novas mexidas já em março próximo. Quer isto dizer que as taxas de novos empréstimos e também de créditos já contraídos vão continuar a aumentar."Vou repetir o que sei. Vamos fazer a inflação regressar a 2% de forma atempada e para isso temos de estar em território restritivo. Vamos usar as taxas de juro para o fazer", afirmou Lagarde, para acrescentar que futuras subidas, já em março, dos juros poderão ser de 50 ou 25 pontos.Relativamente à subida de 50 pontos-base nos juros anunciada esta quinta-feira, Lagarde explicou que houve consenso sobre esta decisão. À pergunta sobre o que esperar depois de março, respondeu que "os cenários atuais" relativos à inflação sugerem que ainda não chegou o tempo de abrandar o ciclo de subidas dos juros.Ao longo do ano passado, o BCE subiu as taxas de juro – pela primeira vez desde 2011 – quatro vezes, num total de 200 pontos-base, para tentar travar o consumo e para procurar travar inflação, que na zona euro se fixou, em média, no final de 2022, nos 8,5%. 

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