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LIBERALIZAÇÃO DOS CORREIOS MELHORA QUALIDADE DO SERVIÇO

Olivier Establet, director-geral da Chronopost Portugal diz que o mercado do transporte das pequenas encomendas vai crescer nos próximos anos. A liberalização dos correios poderá não baixar os preços, mas irá melhorar a qualidade do serviço.

14 de setembro de 2003 às 00:00

Correio da Manhã – A Chronopost fez, no ano passado, um avultado investimento num novo centro de logística em Valongo. Isso traduz o sucesso e o reforço da aposta no mercado português?

– É um investimento que não se justifica apenas pelo presente, mas também pelo futuro. Acreditamos que o mercado vai continuar a crescer e que a empresa vai acompanhar esse crescimento. Os correios franceses, La Post, de que a Chronopost é uma filial, têm uma visão de longo prazo em Portugal.

–A vossa especialidade é o ramo doméstico do mercado dos correios para as empresas, de que são líderes em Portugal. A concorrência é muito forte neste segmento de mercado?

– Cada vez mais, mas a nossa competitividade tem-se mantido de forma a sustentar uma conquista de quota de mercado.

– Sendo Portugal um País com um universo populacional e empresarial limitados, este mercado doméstico de entrega de encomendas ainda tem muita margem de crescimento?

– Há muitas empresas que continuam a ter uma frota própria de distribuição. O nosso crescimento nos últimos cinco anos resultou essencialmente de empresas que apostaram num modelo diferente de organização da distribuição das encomendas e num serviço mais personalizado e rápido. Aconteceu uma conquista de posição no mercado através da concorrência directa. Há aqui ainda um potencial de crescimento. Mas este sector não é impermeável ao que acontece na economia em geral: se há menos consumo, há menos encomendas para transportar. A actividade que pode servir de barómetro ao comportamento da economia.

– O mercado dos correios será liberalizado em 2006, numa primeira fase, e em 2009. Que consequências é que isso terá em Portugal?

– Os CTT são os principais interessados nisso, porque pode mexer com a sua organização e porque vai ter de enfrentar a competitividade de outras empresas para fazer o mesmo serviço. Nós vamos estar atentos, mas a estratégia passa mais pelas decisões do nosso accionista, a La Post.

– O que é que os consumidores podem esperar da liberação do mercado?

– É melhoria da qualidade e poderá ser redução do preço. Neste caso, o selo é barato e não atrai muito as empresas privadas. É sobretudo a melhoria do serviço: pode surgir uma oferta competitiva de distribuição de correio local.

ALENTEJO

É admirador da diversidade geográfica de Portugal. Olivier Establet não imaginava que encontraria regiões tão diferentes no País. Sempre que tem oportunidade, viaja e o Alentejo é a região preferida, pela gastronomia, pessoas simples e bela paisagem.

PEIXE ASSADO

O director-geral da Chronopost diz sem rodeios que, “para o dia-a-dia, gosto da comida portuguesa”. Dantes, “não comia muito peixe”, mas “agora como qualquer um, e com frequência”, frisa. “De vez em quando” aprecia ainda uma refeição à francesa.

LER HISTÓRIA

Aprecia História de Portugal. Não tem o hábito ler autores portugueses, mas lê com frequência manuais sobre os feitos nacionais nos Descobrimentos. Não compreende como é que os portugueses são tão fatalistas. Quando vai a França leva vinhos portugueses.

Olivier Establet reside em Lisboa há 11 anos e gosta de viver em Portugal. Casado com uma portuguesa e natural de Toulouse, França, é director-geral da Chronopost Internacional em Portugal desde 1997. Antes de trabalhar em Lisboa, passou por Itália, Espanha e Inglaterra. Tem vários cursos de formação superior.

A Chronopost Portugal pertence ao grupo Chronopost Internacional, detido pelos correios franceses da La Post. Vocacionada para o transporte expresso de pequenas encomendas, a empresa está presente em Portugal desde 1987, ainda que só tenha assumido a designação de Chronopost em 1997.

Com 13 estações no Continente e ilhas, 630 colaboradores, 350 viaturas, 20 mil encomendas tratadas por dia e 3,53 milhões de expedições nacionais e internacionais realizadas em 2002, a empresa facturou em 2002, 24,5 milhões de euros e espera aumentar este valor em seis por cento no final deste ano. O slogan “à medida do cliente” permite-lhe estabelecer prazos de entrega em função do interesse do cliente. A taxa de eficiência é de 98%.

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