Dados do INE apresentavam, em outubro, uma variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) de 10,1%, a mais alta desde maio de 1992.
O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, afirmou esta quarta-feira que o processo inflacionista tem sido "mais duradouro e com mais intensidade do que aquilo que um choque de oferta faria prever".
"Esta duração tende, ao longo do tempo, a transmitir-se à economia e ao sistema financeiro, por isso a importância que damos, nas nossas economias, à estabilidade de preços" e consequente estabilidade financeira, defendeu Centeno na abertura da apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira (REF), em Lisboa.
De acordo com o governador do banco central português, num cenário de elevada instabilidade dos fatores externos, a estabilidade financeira no futuro dependerá, "de forma muito significativa, do que for o sucesso coletivo na redução da inflação".
"A inflação, por vezes, de forma silenciosa, vai promovendo a intrusão nas almofadas financeiras, da poupança das famílias, das empresas. Instala-se como um sintoma de algo que não está bem no nosso sistema económico e só pode ser combatido se for feito de forma conjunta e coordenada, e é essa a mensagem que queremos passar e é esse o grande objetivo da política monetária para os próximos tempos", garantiu o antigo ministro das Finanças.
Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos à inflação, referentes a outubro, apresentavam uma variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) de 10,1%, a mais alta desde maio de 1992.
No que ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) diz respeito, este apresentou uma variação homóloga de 10,6% em outubro, superior em 0,8 pontos percentuais à do mês anterior e inferior em 0,1 pontos percentuais ao valor estimado pelo Eurostat para a área do euro (em setembro, a taxa em Portugal tinha ficado, também, 0,1 pontos percentuais abaixo da área do euro).
O BdP assinalou no REF esta quarta-feira publicado que a guerra na Ucrânia e a evolução económica na China têm tido consequências nas políticas monetárias e estabelecido uma "elevada incerteza das projeções económicas", colocando em risco a estabilidade financeira.
"A invasão da Ucrânia e a evolução económica na China, com impacto sobre a atividade económica e a inflação, geram incerteza com consequências sobre a condução das políticas monetárias no mundo", refere o documento.
Segundo o relatório, esta intensificação das tensões geopolíticas "materializou-se num reforço das pressões inflacionistas, em particular através do aumento dos custos da energia e dos bens alimentares que se repercutem nos preços de outros bens e serviços".
A este fator somam-se elementos como a aceleração dos custos de financiamento de vários setores institucionais e consequente condicionamento da sua capacidade de servir a dívida e a baixa confiança dos agentes económicos.
"Estes fatores, quando conjugados, atestam a substancial volatilidade observada nos mercados financeiros internacionais, onde qualquer sinal de abrandamento ou aceleração económica é absorvido e refletido nos principais índices acionistas, bem como nas taxas de rendibilidade de títulos de dívida soberana", lê-se no relatório publicado no portal do Banco de Portugal.
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