A edição de hoje
Negócio revelado no Parlamento.
O ex-presidente do BES Angola (BESA), Álvaro Sobrinho, que saiu da administração do banco em rutura com Ricardo Salgado, em 2013, recebeu cerca de 30 milhões de euros pela venda das ações que detinha da Espírito Santo International (ESI), a casa-mãe do Grupo Espírito Santo (GES) que tinha dívida escondida de 1,3 mil milhões de euros.
O tema foi tornado público pelo deputado do PS Pedro Nuno Santos, que confrontou Inês Viegas, sócia da KPMG, com dúvidas levantadas pela auditora na análise às contas da ESI de dezembro de 2013. Na comissão de inquérito ao BES, Pedro Nuno Santos questionou Inês Viegas sobre os comentários da KPMG aos ativos financeiros registados para venda, nas contas da casa-mãe do GES e referiu que o fundo Jarvis Assett Management, que no final de 2013 teria ativos no montante de 44 milhões de euros, tinha 30 milhões em ações da própria ESI que tinham sido compradas a Álvaro Sobrinho.
"Isso foi uma informação que nos foi veiculada, mas não conseguimos confirmar", adiantou Inês Viegas. Os fundos em questão eram todos geridos pela Eurofin, a sociedade suíça com suspeita de ligações ao GES.
"Não queria continuar no grupo"
A sócia da KPMG adiantou também que, apesar de terem questionado a administração da ESI sobre os ativos que estavam subjacentes a tais fundos, os responsáveis não levantaram o véu.
Em dezembro, quando esteve no Parlamento, Sobrinho confirmou ter sido acionista da ESI e ter saído "antes do rombo". "Recuperei o meu dinheiro", confidenciou aos deputados.
"Quando deixei de ser membro da comissão executiva, acordei com os membros do conselho superior que não queria continuar no grupo", disse.
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