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116 mil proibidos de passar cheques

Mais de 116 mil portugueses fazem parte da chamada lista negra do Banco de Portugal, formalmente designada por Lista de Utilizadores de Risco (LUR), o que significa que estão inibidos de usar cheques. Fazer parte desta lista não implica apenas estar-se impedido de utilizar aquele meio de pagamento durante dois anos: significa também dificuldades acrescidas no acesso ao crédito.

16 de junho de 2006 às 13:00

O número de clientes bancários a integrar aquela listagem tem vindo a diminuir desde 2003. Ainda assim, 76 mil novos indivíduos que passaram cheques sem cobertura integraram em 2005 esta lista negra, de acordo com dados do Banco de Portugal.

Em contrapartida, mais de 90 mil recuperaram o ano passado a liberdade de usar cheques. Os cheques são, a seguir aos cartões, o meio mais utilizado pelos portugueses para efectuar pagamentos. O ano passado, por exemplo, foram passados, mensalmente, cerca de 14 milhões de cheques, 96 mil dos quais foram devolvidos, a esmagadora maioria por falta de provisão.

Este ano, no entanto, está-se a verificar uma redução acentuada no número de cheques devolvidos, em linha com a diminuição da sua utilização.

Com efeito, desde 2002 que os cheques em circulação têm vindo, a um ritmo constante, a diminuir.

Aliás, de acordo com os últimos dados do Banco de Portugal, o passado mês de Abril registou a mais baixa circulação de cheques dos últimos anos, cerca de 11,5 milhões, tendo sido devolvidos ‘apenas’ 71,8 mil.

Ainda assim, a autoridade monetária entendeu recomendar a inserção de uma data de validade nos cheques, uma medida que entrou em vigor este mês.

VÍTIMAS FÁCEIS

Para além de ficarem inibidos de usar cheques durante dois anos, os faltosos vêem ainda limitado o seu acesso ao crédito, uma vez que a informação é disponibilizada a todas as instituições de crédito sob a tutela do Banco de Portugal.

Vistos como clientes de risco, as pessoas passam a ter muitas dificuldades para aceder a qualquer linha de financiamento, não lhes restando muitas vezes senão recorrerem a empréstimos fora do circuito financeiro, caindo muitas vezes nas mãos de agiotas sem escrúpulos.

PRECAUÇÕES

A Deco alerta para o facto de vários anúncios de jornais que prometem crédito, não serem mais do que um chamariz para os incautos, que são confrontados com um pedido de 250 euros adiantados para abertura do processo, que nunca recuperam porque os agiotas fogem com o dinheiro.

CO-TITULARES

Se o cheque sem provisão for de uma conta com mais do que um titular e o pagamento não for regularizado, ficam inibidos de utilizar cheques todos os indivíduos que se encontram ligados a essa conta, existindo a possibilidade de provar que nada tinham que ver com quem assinou o documento.

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