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Comissária Neri de consciência limpa

A comissária Ana Neri, comandante operacional da PSP da Amadora, está de “consciência limpa e tranquila” em relação à investigação desencadeada pelo Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa que a coloca a ela, à chefe Elisabete e à agente principal Sandra – estas já transferidas da Esquadra de Investigação Criminal (EIC) – como suspeitas de desvio e uso indevido de droga apreendida para incriminar suspeitos de tráfico.

12 de abril de 2007 às 13:00

“Respeito a hierarquia e não vou quebrar o segredo de justiça. Não fui constituída arguida e fiquei a saber que tinha um processo-crime pelo jornal”, disse ao CM a comissária, que remeteu mais esclarecimentos para a associação sindical que a representa, o Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia (SNOP).

Contactado pelo CM, o presidente do SNOP, António Resende, confirmou a existência de um processo, mas apoia “incondicionalmente” Ana Neri. “Acredito nela e no trabalho que tem desenvolvido. Vamos apoiá-la a todos os níveis, inclusivamente o jurídico”, disse o responsável, que afirma que as acusações têm o “objectivo claro de acabar com a vida de uma pessoa”, disse.

Segundo apurou o CM junto de fonte policial, em Janeiro último o então coordenador das brigadas contra roubos da EIC da Amadora, subchefe Magrinho, terá presenciado um caso em que “a droga apreendida numa investigação não foi contabilizada na totalidade”. O subchefe fez uma participação ao Ministério Público, dando conta de que “por ordem da chefe Elisabete [que liderava as brigadas da droga], aquela droga não tinha sido contabilizada” e comunicou o caso ao seu superior hierárquico, subcomissário Alves, comandante da EIC há seis meses.

Segundo a fonte, o subcomissário detectou mais casos semelhantes e participou ao Ministério Público, que entregou a investigação à PJ.

“Quando era apreendida droga impossível atribuir a um suspeito (por, exemplificando, estar caída no chão), era guardada para juntar a investigações que culminassem em detenções de traficantes que, na altura, não transportassem droga”, disse a mesma fonte. “Não acredito que o fizessem com inocentes. Mas a prova é fundamental em tribunal e havia suspeitos de tráfico que, no dia da detenção, não tinham droga”.

Ao que o CM apurou, na última quinta-feira o subchefe Magrinho foi chamado pelo comandante da Divisão da Amadora que, como “situação provisória”, o colocou na esquadra da Mina a registar queixas. O subcomissário Alves foi chamado pelo superintendente Oliveira Pereira, comandante metropolitano da PSP de Lisboa, que o afastou.

O superintendente optou por manter a comissária Ana Neri no cargo. Fonte próxima do comandante afirma que a opção “está ligada à confiança”. “Foi ele que a colocou na Amadora e tem orgulho no trabalho prestado.”

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