"Canibais de Garanhuns" já foram condenados num primeiro caso e voltam a ser julgados por duplo homicídio.
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Duas mulheres e um homem que vivem na cidade de Garanhuns, no estado brasileiro de Pernambuco, estão a ser julgadas pela segunda vez por assassinar, esquartejar, consumir e vender carne humana dentro de lanches. O trio, conhecido como "Canibais de Garanhuns", já tinha sido condenado em 2014 pelo mesmo crime contra uma jovem que vivia na cidade de Olinda, em 2008. Jorge Silveira cumpre pena de 23 anos, a mulher, Isabel Pires de 20 e a amante, Bruna Silva, outros 20.
Entretanto, as autoridades inciaram a investigação a um segundo crime do mesmo trio - formado por marido, mulher e a amante dele -, pelo homicídio de duas jovens que aconteceu em 2012. O novo julgamento teve início esta sexta-feira, na cidade de Recife.
Os factos relatados neste novo julgamento aconteceram em Garanhuns, quando as duas vítimas foram atraídas até o local do crime com a motivação de participar de um culto religioso e fazer um trabalho de ama, adianta a acusação do Ministério Público de Pernambuco. As mulheres acabaram por ser assassinadas e os seus cadáveres foram conservados para serem comidos pelos três acusados. A carne das vítimas foi usada para confecionar salgados, que foram vendidas ao público.
"Eles faziam parte de uma seita. Todos participavam do esquartejamento e do consumo da carne humana, além de comercializar", afirma o promotor André Rabelo, segundo avança o site G1
Um dos réus, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, de 56 anos, disse ao júri que é, afinal, uma vítima da situação. Culpa a sua mulher, Isabel Pires, de 57 anos e diz que a amante, Bruna Silva, de 32 anos.
"Conheço a Bruna desde quando ela tinha 17 anos e ela me disse que era bruxa. Eu não participei disso. Tanto eu quanto a Isabel fomos torturados para assumir isso aí", alega o acusado. Além disso, o homem diz que nada sabia sobre o uso da carne humana nos lanches que vendiam.
O advogado de defesa, Giovanni Martinovick, afirma que Jorge sofre de esquizofrenia e deve ficar internado de forma permanente num hospital psiquiátrico para fazer tratamentos.
No entanto, o advogado Rômulo Lyra, que defende Bruna Cristina Oliveira da Silva, afirma que Jorge é na verdade o mentor das ações e que terá coagido a mulher a participar dos crimes.
O julgamento foi interrompido na noite da sexta-feira e continua este sábado.
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