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Candidato da Nova Direita quer recuperar prédios devolutos em Sintra

Parece que se está "a vender Portugal aos fundos imobiliários", refere Júlo Ferreira quanto à proposta do Governo do arrendamento de casas a custo moderado, até 2.300 euros.

03 de outubro de 2025 às 17:47

O candidato da Nova Direita à Câmara de Sintra defende a promoção de habitação com a reabilitação de prédios devolutos, para arrendar a preços acessíveis, e que a renda moderada do Governo visa "vender" o país aos fundos imobiliários.

"Aqui em Queluz é uma zona que é fora do comum. Não há falta de habitação. Temos é de reutilizar, falar com os proprietários. A câmara, neste caso, tem um papel muito importante a fazer" para se "verem estas casas no mercado outra vez, para tentar resolver aqui um bocadinho o problema da habitação", afirmou Júlio Ferreira.

O candidato à câmara e Assembleia Municipal da Nova Direita (ND) falava à Lusa durante uma ação de campanha, juntamente com o cabeça de lista à freguesia de Queluz, Tiago Teixeira, e os principais candidatos a outras freguesias, iniciada junto ao palácio nacional e que prosseguiu até à estação ferroviária.

Além da reabilitação de imóveis devolutos -- e há vários entre o palácio e a Av. José Elias Garcia --, a ND propõe ainda a venda dos fogos socais às famílias que os arrendam e, com essas verbas e o dinheiro gasto anualmente pela autarquia em manutenção, o município reinvestia na construção de casas modulares para arrendar a custos acessíveis.

Para Júlio Ferreira, a proposta do Governo do arrendamento de casas a custo moderado, até 2.300 euros, parece que se está "a vender Portugal aos fundos imobiliários outra vez", quando estes, felizmente, "têm só investido no mercado" de compra e venda, mas começam "a entrar também no mercado do arrendamento, o que é um perigo".

"Portanto, das duas uma, ou o Governo vai aumentar os salários mínimos para 2.000 euros também, para que uma família consiga pagar, ou então não vejo como é que isso é possível, porque neste momento só temos 2% da população a receber mais do que 2.300 euros", apontou.

Enquanto caminham do palácio para a Rua Conde Almeida Araújo, a meia dúzia de apoiantes envergando camisolas e bonés azuis da ND entregam folhetos a quem encontram, ou prendem-nos nos limpa para-brisas dos veículos estacionados.

Junto a um café, Júlio Ferreira oferece o folheto e despede-se pedindo "um voto de confiança" para os candidatos locais, que moram na freguesia, e às queixas de uma moradora da falta de respostas da junta aos pedidos (e "abaixo-assinados") para a poda das árvores, assegurou que se for eleito lhe "pode vir cobrar" essa exigência.

Um morador junto a outro café lamentou o cheiro nauseabundo dos caixotes do lixo à sua porta, reclamando que os serviços municipais deixaram de lavar os recipientes para os resíduos e as ruas.

A falta de limpeza é, assim, uma das principais queixas de muitos moradores no concelho, quem sabe se também do homem na esplanada de um café que, após lhe entregarem um folheto das candidaturas de Júlio Ferreira e Tiago Teixeira, amarrotou o papel azulado e o atirou para a rua, entre dois carros estacionados.

"Para a zona dos quatro caminhos, vemos trânsito caótico, sem qualquer civismo, regulamento, parece que não existem regras, parece que até estamos noutro país", apontou Tiago Teixeira, acrescentando que, depois, "começa ligeiramente a aparecer uma Queluz diferente", a meio da Conde Almeida Araújo, com "mais cuidado", parecendo que só cuidam por causa "do turismo".

No entanto, o candidato à freguesia criticou que, apesar de só embelezarem "a parte da cidade para mostrar" ao turista, "não criam turismo suficiente" para o comércio nas proximidades do palácio.

O candidato à câmara aproveitou para recordar os tempos em que o largo em frente ao Palácio Nacional de Queluz, sob gestão da Parques de Sintra-Monte da Lua, "estava cheio de autocarros", de "escolas, de turismo" e atualmente, está "completamente ao abandono".

"Há tanta coisa que podíamos fazer para dinamizar esta zona, que favorecia aqui o comércio local", referiu, advogando a dinamização do monumento nacional com "uma companhia de teatro", com "peças todos os dias" e "'influencers' digitais a falar sobre o palácio" e a "tirar fotografias nos jardins", que "são maravilhosos".

Atualmente, o executivo presidido por Basílio Horta, que cumpriu três mandatos e não se pode recandidatar, tem cinco eleitos do PS, três do PSD, um do CDS-PP, um da CDU e um independente (ex-Chega).

Concorrem também à Câmara de Sintra em 12 de outubro Marco Almeida (PSD/IL/PAN), Pedro Ventura (CDU, coligação PCP/PEV), Maurício Rodrigues (CDS-PP/PPM/ADN), Rita Matias (Chega), Tânia Russo (BE) e Júlio Gourgel Ferreira (ND).

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