"Isto na campanha já é normal. Já vi uns na fruta e outros na peixaria", disse Dora, uma cliente habitual do mercado, que ainda não sabe em quem votar.
O mercado de Faro foi o palco apertado da campanha autárquica de uma líder partidária, um presidente de Câmara vizinha e de um líder parlamentar, todos de partidos diferentes, a disputar o voto de vendedores e clientes.
"Bem-vinda à minha terra". "Epá, mas eu vejo-te pouco por aqui". Quem falou primeiro foi o líder parlamentar do Chega, o lisboeta Pedro Pinto, e quem respondeu foi a presidente da IL, Mariana Leitão.
Mariana Leitão foi este sábado dar o apoio a Cristóvão Norte, à frente de uma coligação que junta PSD, IL, CDS-PP, PAN e MPT, mas quando chegou já por lá andavam as caravanas do PS e do Chega.
Pedro Pinto foi quem se aproximou de Mariana Leitão para a cumprimentar e recebeu dois beijos e um cumprimento, com gritos dos seus apoiantes a tentar sobrepor-se à caravana maior de Cristóvão Norte.
"O Pedro Pinto veio-nos cumprimentar. É normal, espírito democrático, como é óbvio", porque "as pessoas estão a fazer a sua campanha", mas "o que interessa é saberem que a solução para Faro é o voto na coligação PSD/IL com outros partidos, uma coligação nunca antes vista no nosso país", que "consegue ultrapassar barreiras", explicou a líder liberal.
"Isto na campanha já é normal. Já vi uns na fruta e outros na peixaria", disse Dora, uma cliente habitual do mercado, que ainda não sabe em quem votar.
E quem vence a 12 de outubro? "Será entre o de Olhão (António Miguel Pina, que é atual autarca em Olhão e concorre pelo PS) e o Cristóvão. São boa gente", responde, carregada com alguns sacos.
Visivelmente entusiasmado e sorridente, ao lado de Mariana Leitão -- "ela é simpática, não é?" -, Cristóvão Norte cumprimentava muitos dos presentes e tentava apresentá-los à líder liberal.
"O José Amaro é uma das pessoas mais importantes" da capital algarvia e ajudou a "dar dimensão a Faro", com a concentração de motos na cidade, disse Cristóvão a Mariana, quando se encontrou com o dirigente do Moto-Clube.
"Nunca, em momento algum, tinha assumido qualquer posição política no passado e desta feita transmitiu-me que me apoia", acrescentou.
Mariana Leitão aceitou figos recheados com amêndoa, "uma pérola do Algarve, para a senhora deputada, presidente da IL", disse Cristóvão Norte.
"Ainda não tinha provado, mas isto é maravilhoso. Isto é o quê? Amêndoa? É a senhora que faz isto à mão? Espetacular", comentou a liberal, que declinou o desafio para beber medronho ou comer algo mais pesado, logo pela manhã.
"Bifanas ainda não", mas "cheira bem", disse.
No corredor ao lado, seguia ainda uma caravana do Livre, que apresenta a professora universitária Adriana Marques Silva, mas muito mais discretos que PSD/IL, Chega ou PS, que distribuíam folhetos e canetas numa luta que parece ser uma incógnita.
A coligação do PSD, IL, CDS, PPM e MPT tem seis vereadores e o PS tem só três, mas tudo indica que não existirá uma maioria de nenhum partido (PSD, Chega e PS ficaram separados por menos de cinco pontos percentuais nas legislativas).
Pedro Pinto, do Chega, foi eleito deputado como cabeça-de-lista pelo distrito e tenta agora obter um bom resultado, aproveitando o crescimento nacional do partido.
Eduarda, 83 anos, abordou-o, ainda antes de Mariana Leitão entrar no mercado, para pedir um folheto, quando já tinha nas mãos os folhetos do PS e da coligação de Cristóvão Norte.
"Gosto sempre de ler o que todos propõem, mas já decidi o meu voto. Será noutro lado", disse a comunista de sempre. "Desde antes do 25 de Abril".
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