Quercus diz que acordo da COP30 ficou "muito aquém das expectativas"
Dirigente destacou como "mais flagrante" a omissão em relação ao roteiro para a transição dos combustíveis fósseis.
A associação ambientalista Quercus considerou, este sábado, que o acordo final da conferência do clima de Belém ficou "muito aquém das expectativas", apesar de reconhecer "um claro avanço" na aprovação de um mecanismo para uma transição justa.
"Há um sentimento da parte das organizações da sociedade civil, e concretamente na área do ambiente, que se fica sempre muito aquém daquilo que eram as expectativas", disse à Lusa a presidente da Quercus, Alexandra Azevedo.
Em comunicado, a associação ambientalista portuguesa destacou a aprovação do Mecanismo de Ação de Belém (BAM) para uma Transição Justa, que classifica como "um claro avanço que reflete a ideia de justiça climática aprovação, e que reflete uma pressão intensa da sociedade civil" na conferência das Nações Unidas sobre o clima, a COP30.
Pela negativa, a dirigente destacou como "mais flagrante" a omissão em relação ao roteiro para a transição dos combustíveis fósseis, que foi proposto pelo Presidente do Brasil, Lula da Silva, na cimeira de líderes, mas foi retirado do texto final.
Para a associação, "este seria efetivamente o caminho a seguir de acordo com o que estipula a ciência", mas da COP sai apenas uma iniciativa paralela proposta pela Colômbia.
"A Colômbia foi mais longe ao assumir que não vão ser permitidas novas explorações de petróleo na Amazónia colombiana", recordou a Quercus.
A associação considerou que o financiamento para adaptação às Alterações Climáticas ficou aquém das expectativas por a meta de triplicar o montante de 40 para 120 mil milhões ter ficado para 2035 e não 2026-2029, como tinha sido acordado em Glasgow.
A Quercus criticou ainda a "lacuna de ambição das contribuições nacionalmente determinadas (NDC, na sigla em inglês), que considerou um "sinal claro de que os maiores emissores ainda não estão dispostos a assumir o seu papel de serem os primeiros e mais rápidos a agir".
Os países reunidos na COP30, em Belém do Pará, no Brasil, aprovaram, este sábado, o projeto final de acordo sem menção às energias fósseis e querem ver triplicado o financiamento para a adaptação climática dos países em desenvolvimento.
Segundo o texto este sábado publicado, o projeto final do acordo entre os cerca de 200 países na conferência climática da ONU, no Brasil, não contém nenhuma menção explícita às energias fósseis, contrariamente às solicitações de muitos Estados, incluindo os países europeus.
O texto, que tem ainda de ser aprovado por consenso na sessão de encerramento que decorrerá ainda este sábado em Belém, apela à triplicação do financiamento para a adaptação climática dos países em desenvolvimento nos próximos 10 anos.
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