António José Seguro promete "relações adultas entre órgãos de soberania"
Candidato apoiado pelo PS tem expectativa que os apoios continuem a crescer porque "é isso que as sondagens dizem" e é aquilo que diz sentir "junto da população".
O candidato presidencial António José Seguro prometeu este sábado que, como Presidente da República, promoverá "relações adultas entre órgãos de soberania", afirmando que desde o fim dos debates tem sentido aumentar o "movimento de esperança" em torno da sua candidatura.
Apear da chuva que se fez sentir esta tarde em Lisboa, Seguro e os seus apoiantes percorreram a feira de Natal 'Wonderland', que tinha poucas pessoas devido às condições climatéricas, e, nas declarações aos jornalistas, o candidato presidencial apoiado pelo PS considerou que "campanha molhada é campanha abençoada".
"O Presidente da República, na forma como eu entendo que deve ser a sua ação e a sua interpretação, não comenta as mensagens de Natal do primeiro-ministro e, se tiver alguma coisa que dizer ao primeiro-ministro, diz em privado, diz nas reuniões das quintas-feiras", respondeu, de novo instado a comentar a mensagem de Luís Montenegro.
Seguro defendeu que se deve "cultivar relações adultas entre órgãos de soberania".
Questionado sobre as declarações deste sábado do antigo presidente do parlamento Augusto Santos Silva de que o antigo líder do PS é "quem mais se aproxima" de "preencher requisitos mínimos" como Presidente da República, Seguro mostrou-se "muito contente" com os apoios que tem recebido "todos os dias".
"Todos os dias chegam apoios. A forma como cada um manifesta esse apoio é com cada qual", disse apenas, valorizando o movimento de "democratas, progressistas e humanistas" que "se está a transformar num movimento de esperança".
O candidato apoiado pelo PS tem expectativa que os apoios continuem a crescer porque "é isso que as sondagens dizem" e é aquilo que diz sentir "junto da população".
"Muito carinho, muito entusiasmo, muita simpatia. E noto que depois dos debates terem terminado, engrossou ainda mais e aumentou ainda mais este movimento de esperança que é liderado por mim nesta candidatura", enfatizou.
O antigo líder do PS continua "com a firme convicção" de que irá a uma segunda volta.
"Estamos num dia de chuva. Já viu as dezenas de pessoas que aqui estão em volta, que não arredaram pé, que estão aqui a apanharam frio, apanharam chuva", apontou.
Sobre as críticas que tem feito sobre o acesso à saúde Seguro recusou a pronunciar-se sobre a atuação da ministra.
"Tudo aquilo que eu tiver, como Presidente da República, sobre essa matéria a conversar é com o primeiro-ministro porque os órgãos de soberania devem solidariedade uns aos outros, e há tempo e locais onde esses assuntos são debatidos", enfatizou.
Para o candidato, "é inaceitável que os portugueses tenham que esperar semanas e meses para ter uma consulta, meses e anos para ter uma cirurgia, e durante o fim de semana e também neste período de Natal, não sabem se as urgências estão abertas, estão fechadas".
"Isto é uma coisa que é inaceitável", criticou, rejeitando que este "seja um novo normal".
Seguro, que foi cumprimentando os vendedores e as poucas pessoas que estavam neste mercado de Natal devido à chuva, não quis provar uma ginjinha que lhe foi oferecida, mas aceitou provar um queijo da serra.
Questionado se a recusa da ginjinha era também uma forma de se demarcar do atual Presidente da República - que em todas as vésperas de Natal se junta à tradicional ginjinha do Barreiro - o candidato presidencial do PS começou por se rir com a pergunta e rejeitou esta leitura.
"Eu já conheço aquela ginjinha. Aliás, aqueles senhores já me conhecem e eu estive com eles em Óbidos, antes do Natal, e portanto não ia provar hoje a ginjinha, uma vez que já a conhecia e acabei de almoçar. Foi só por isso. E além disso, estar ali a provar a ginjinha e as pessoas estarem à chuva não me parecia muito adequado", explicou.
À chegada à Wonderland, e num círculo feito por apoiantes que com os seus guarda-chuvas abrigavam o candidato, Seguro recebeu das mãos alguns jovens cartas de apoio, tendo lido duas delas em voz alta, prometendo depois ler o resto e responder.
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