Catarina Martins diz que Orçamento do Estado vai sair muito parecido com o que entrou
"É um Orçamento que agrava os problemas do país", apontou a candidata presidencial.
A candidata presidencial Catarina Martins lamentou este sábado que haja acordos no parlamento que impedem que as propostas da oposição contribuam para o Orçamento do Estado, o que significa que, "muito provavelmente, sairá muito parecido com o que entrou".
Numa ação de campanha no Mercado de Benfica, onde alertou para o tema do custo da alimentação, a candidata presidencial apoiada pelo Bloco de Esquerda (BE), sublinhou tratar-se de "um problema", pois o OE que vai sair do hemiciclo, com acordos entre PSD, CDS/PP, Chega e PS "torna a vida mais difícil para quem vive dos seus salários e da sua pensão".
"Há acordos no parlamento que estão a impedir que propostas da oposição sejam aprovadas. O que quer dizer que muito provavelmente o Orçamento vai sair muito parecido do que entrou. Não faz nada pelos salários e pelas pensões e também não faz nada pelo preço da alimentação, pelo preço do supermercado, pela fatura da luz, pela renda da casa, pela prestação da casa", exemplificou.
"É um Orçamento que agrava os problemas do país, torna a vida mais difícil para quem, com o seu salário, tem tanta dificuldade a chegar ao fim do mês", insistiu a candidata às presidenciais de 18 de janeiro de 2026.
Sobre a ação de campanha no Mercado de Benfica, Catarina Martins salientou que saiu de casa para ir às compras para aproveitar para chamar a atenção para o atual custo de vida.
"Precisamos de falar nisso na campanha presidencial e uma candidata a Presidente da República não pode estar alheada de uma das maiores dificuldades do país, que são os preços. O da comida, o dos bens essenciais. As pessoas fazem contas para chegar ao fim de mês. As compras da semana cada vez são mais caras", justificou.
"É preciso chamar a atenção para isso. Porque a política não pode ser sobre ela própria. Os políticos não podem passar a vida a falar deles próprios. Têm que falar, sim, da vida concreta das pessoas. E eu vim a um mercado, porque num mercado ainda se consegue comprar fruta e legumes, muitas vezes a um preço mais acessível do que noutros sítios", acrescentou.
Catarina Martins referiu que até as próprias vendedoras do mercado acham que os preços estão caros.
"Não são seguramente elas as culpadas do aumento de preços. Mas nós, em Portugal, temos de enfrentar o facto de termos um oligopólio da grande distribuição. São os poucos grupos económicos que mandam na distribuição alimentar no país e que arrecadam milhões em lucros, por um lado, e, por outro, o facto de termos salários muito baixos", argumentou.
"Nós temos salários bem mais baixos do que a maior parte dos países da União Europeia e pagamos o mesmo quando vamos às compras. E portanto é preciso que este tema entre definitivamente na campanha presidencial. Porque um dos maiores problemas deste país são as faturas das compras, do supermercado, da luz, tudo cada vez mais caro. E isto tem de ser tema, porque nós precisamos que a política responda pela dificuldade das pessoas.
Catarina Martins, que se fez acompanhar na deslocação ao Mercado de Benfica por alguns elementos da sua campanha, disse ter gastado quase 30 euros em peixe, legumes para a sopa, alface e fruta.
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