Candidato presidencial deu o exemplo da reforma da Segurança Social, que considerou ser necessária para garantir que o sistema se torna sustentável.
O candidato presidencial João Cotrim Figueiredo admitiu que as suas propostas de reformas teriam "custos de transição" e poderiam ser impopulares em alguns setores e assegurou que, caso seja eleito, não irá "mexer uma palha" para haver revisão constitucional.
Em entrevista à agência Lusa, Cotrim Figueiredo disse gostar de ver "reformas acontecer e a mudança a ser acompanhada", apesar de reconhecer que "as reformas geram sempre resistência".
"Evitar resistências é a mesma coisa que evitar reformas. Isso não podemos fazer. Por medo de desagradar a A ou a B, não fazer reformas é garantir que estamos a prejudicar C, D, E, F, até ao Z. Há sempre quem não fica satisfeito quando algo muda", referiu.
Questionado se essas reformas seriam dolorosas para a sociedade, depois de ter dito em entrevista à CNN Portugal que "qualquer político que venha dizer que se consegue chegar ao nirvana ou ao paraíso sem dor está a mentir", Cotrim Figueiredo assumiu que "implicariam necessariamente custos de transição".
Cotrim Figueiredo considerou que o importante é que esses "custos de transição sejam devidamente calculados para que não haja ninguém deixado para trás", defendendo que se estaria a "deixar mais pessoas para trás, a prejudicar mais as pessoas", se não se fizerem as reformas.
O candidato presidencial deu o exemplo da reforma da Segurança Social, que considerou ser necessária para garantir que o sistema se torna sustentável, o que irá requerer um "esforço orçamental".
"E, como sempre num esforço orçamental, se alguém estiver a dizer 'eu consigo aumentar determinada despesa sem conter outra', está a mentir. Isso eu não faço. Se estamos interessados em que este problema intergeracional, esta injustiça seja corrigida, temos de estar disponíveis para um período de adaptação, de transição", indicou.
"Portanto, esta lógica eleitoralista de 'eu sei que vou afetar este ou aquele, que vou perder a boa vontade deste ou daquele e não faço reformas', estou a prejudicar muito mais gente do que aqueles que estou a defender agora. É preciso ter esta noção", disse, referindo que, para implementar as suas reformas, é preciso coragem e "não estar demasiado interessado na reeleição".
Interrogado se isso quer dizer que as suas reformas seriam impopulares, o também ex-líder da IL disse que seriam "impopulares em alguns setores, muito populares noutros setores" e, "a longo prazo, muitíssimo populares".
Sobre se considera que o período da 'troika' foi um desses momentos em que foram feitas reformas necessárias, mas dolorosas, Cotrim Figueiredo criticou o facto de se pôr "reformas e 'troika' no mesmo barco", considerando que isso é "perigosíssimo do ponto de vista da criação de um clima, na opinião pública, quase de medo".
"Não queiram criar nas pessoas a ideia de que reformar é igual a dor tipo 'troika'. Isso é o pior favor que se pode fazer à democracia porque é dizer às pessoas que é possível fazer e evoluir sem que nada mude", disse, salientando que é uma questão de responsabilidade avisar que as reformas terão custos.
"Isto não é estoicismo, não é gostar da dor pela dor, é saber, como qualquer pessoa sabe, que, em termos psicológicos, a gratificação deve ser adiada. Há coisas que hoje dão muito prazer, mas nós sabemos que pagamos amanhã", disse, considerando que essa é uma pedagogia que deve ser feita e que serve de contraponto ao populismo.
"O populismo vive da facilidade que é vendida. Esta coisa de vender que a vida é feita de um certo imobilismo cómodo, sem custos, sem dificuldades e sem necessidade de enfrentar problemas, é errada", advertiu.
Depois de, quando era líder da IL, ter defendido a necessidade de uma revisão constitucional, Cotrim Figueiredo disse que a sua opinião sobre o assunto é conhecida, mas assegurou que, enquanto Presidente da República, irá manter a neutralidade e não irá mexer "uma palha" para que se altere a lei fundamental.
"O Presidente da República, a sua primeira função, talvez a mais nobre, é guardião da Constituição. Não faz sentido estar a incentivar que a mudem. (...) Não mexeria uma palha para alterar a Constituição e também não mexeria uma palha para não aceitar uma revisão constitucional que viesse, legitimamente, aprovada por dois terços da Assembleia" da República, referiu.
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