Segundo João Cotrim de Figueiredo, quando o país não se prepara para as mudanças que acontecem na Europa e no mundo, não aproveita as oportunidades que essas mudanças trazem.
O candidato presidencial João Cotrim de Figueiredo afirmou esta segunda-feira, nos Açores, que "falta ambição à política portuguesa", defendendo que o Presidente da República deve ser uma "referência otimista, confiante e desafiadora" capaz de evitar o "marasmo".
"Ficar parado na atual circunstância é igual a andar para trás. E acho que falta ambição à política portuguesa de uma forma geral", considerou o candidato apoiado pela Iniciativa Liberal (IL), em declarações aos jornalistas.
João Cotrim de Figueiredo falava na sede da Associação Agrícola da Ilha de São Miguel, em Rabo de Peixe, no concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, onde se reuniu com a direção da Federação Agrícola dos Açores.
Um dia depois de a revista britânica The Economist ter considerado Portugal como a "economia do ano" de 2025 entre os 36 países mais ricos do mundo, o candidato presidencial defendeu que Portugal precisa de maior ambição e de uma atitude mais aberta à mudança.
"Não vou dizer que não é agradável. Mas olho para além dos títulos. Fui ver exatamente como era feito o 'ranking'. Continuamos com 10 a 11 países à nossa frente do ponto de vista de crescimento económico. Estamos de facto a comparar-nos com um conjunto de países europeus todos eles em relativa apatia. E as exceções são países que estão a recuperar de um impacto da pandemia bastante mais profundo do que outros", disse.
Segundo João Cotrim de Figueiredo, quando o país não se prepara para as mudanças que acontecem na Europa e no mundo, não aproveita as oportunidades que essas mudanças trazem.
Para o candidato, compete a um Presidente da República "ser a referência otimista e confiante" e assumir o papel de voz mobilizadora para que o país não caia "no marasmo de achar que ficar parado é algo que é suficiente".
O candidato presidencial apontou a área da saúde, lembrando que muitos dos problemas "são consequência de questões que se discutem há cinco anos ou mais", apesar de o orçamento daquele setor ter sido "significativamente reforçado" no mesmo período.
"Ao longo desses cinco anos, reforçou-se significantemente o orçamento da Saúde e já devia ser hora de concluir que não é uma questão de atirar mais dinheiro para cima do problema", sustentou, afirmando que é essencial "um diagnóstico rigoroso" e consensual, seguido de soluções que ataquem a "raiz dos problemas".
Sobre a greve geral de dia 11, Cotrim de Figueiredo reiterou que se trata de "um direito legítimo dos trabalhadores", mas alertou que também o direito ao trabalho deve ser protegido.
Está-se perante "um direito legítimo que assiste aos trabalhadores", mas o que "não tenho visto suficientemente sublinhado é que há pessoas que vão deixar de trabalhar, mesmo querendo trabalhar, porque não vão ter transportes à disposição e não vão ter uma série de serviços à sua disposição", frisou o antigo líder da IL e eurodeputado.
"Portanto, tanto o direito de greve é um direito legítimo, como o direito ao trabalho também é um direito legítimo", vincou ainda João Cotrim de Figueiredo, que iniciou hoje uma visita de dois dias à ilha de São Miguel.
Sustentou, por outro lado, que caso seja eleito presidente da República, os Açores "ganham uma compreensão grande daquilo que são os problemas das regiões periféricas", sublinhando que esta é uma preocupação que tem marcado a sua função de eurodeputado.
"Aos poderes públicos, na minha conceção de sociedade, cabe abrir o espaço, não impedir, não limitar, não obstacularizar. Depois cabe a cada um dos eleitores, neste caso concreto da Região Autónoma dos Açores, decidir o que é que querem fazer com esse espaço que é dado", disse.
Incentivou ainda os açorianos a acreditarem no futuro da região: "Há excelentes exemplos de modernização que a região tem dado e que, com os apoios que, obviamente necessita por causa da sua situação geográfica, possa fazer muito mais pelo seu futuro do que aquilo que tem conseguido até agora", considerou.
O candidato presidencial defendeu ainda a eliminação do cargo de Ministro da República.
"Acho que o Presidente da República, e serei esse Presidente da República, está perfeitamente em condições de fazer o papel que o Ministro da República representa. E, portanto, tudo o que sejam matérias de promulgação e verificação e fiscalização da legislação regional, pode ter exatamente o mesmo tratamento que tem a legislação nacional", disse.
Questionado sobre o jantar com empresários na ilha Terceira, que estava previsto para ocorrer hoje, mas que foi cancelado o que motivou críticas da direção da Câmara de Comércio e Indústria de Angra do Heroísmo (CCIAH), o candidato justificou a ausência com questões de agenda e com as condições do estado do tempo, com implicações nas ligações aéreas.
"Os Açores são uma região que prezo particularmente. Não consigo estar em todo o lado. A agenda de campanha é o que é. Peço compreensão e envio um abraço à Terceira. Os empresários não estão mais descontentes do que eu, mas a agenda é o que é e o clima é o que é", referiu.
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