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Seguro diz que Estado se tem tornado "menos amigo" de economia

Candidato apoiado pelo PS destacou a importância da concertação social na definição de um desígnio para o País.

15 de dezembro de 2025 às 16:32

O candidato presidencial António José Seguro considerou esta segunda-feira que o Estado português se tem tornado "menos amigo" da economia e dos empreendedores nos últimos anos e defendeu que o país precisa de um desígnio.

"Nós [portugueses] somos fantásticos no improviso, a organizar a competência é que temos mais dificuldades, a começar pelo próprio Estado, que nos últimos anos se tem tornado num, eu diria para ser simpático, menos amigo ou menor amigo da economia e de quem quer empreender", declarou.

Discursando durante um almoço-debate inserido no ciclo "Uma Presidência estratégica para o Portugal XXI", promovido pela CIP -- Confederação Empresarial de Portugal, António José Seguro notou que o Estado português "exige muito a quem investe" e empreende e, depois, "é incapaz de cumprir inclusivamente com aquilo que são os seus prazos" na resposta aos empresários.

"Um país de excelência é um país que organiza a competência, é um país que organiza a inteligência e é um país que é capaz de perceber que o perfil de economia que nós temos neste país é desajustado e que é baseado em baixo valor, logo baixos salários. Nós precisamos de criar valor na nossa economia para valorizar os salários", afirmou.

Nesse sentido, o candidato apoiado pelo PS destacou a importância da concertação social na definição de um desígnio para o país.

"É difícil sentar à mesma mesa empresários e trabalhadores? Não para discutir questões do passado, nem do século passado, mas para discutir o futuro. Para dizer 'nós, para aumentarmos os salários, precisamos ter uma economia de mais valor", questionou, 'convidando' o presidente da CIP, Armindo Monteiro, a intermediar na discussão sobre o pacote laboral.

Para Seguro, o país está a atravessar um momento "muito, muito difícil".

"E não estou a dramatizar por conveniência, estou a dramatizar porque sinto o Estado a abrir fendas, sinto a sociedade a deslaçar, e sinto a democracia com uma espessura muito, muito, muito fina. É por isso que as elites têm que se envolver no próximo futuro da vida do nosso país. Não pode ser só as pessoas que estão na política ou os políticos", reforçou.

O candidato presidencial disse ainda ter "a noção exata de que quem cria riqueza num país são as empresas, local de encontro entre empresários e trabalhadores", defendendo que "quem corre o risco de empreender precisa de estabilidade, precisa de previsibilidade" e não de governos "a prazo com ciclos eleitorais de ano e meio".

"Considero que, no estado em que o país está, nós precisamos de ter um Presidente da República que seja inspirador, que seja mobilizador, que seja agregador e que seja capaz de consensualizar esse desígnio, esse propósito para o nosso país", vincou.

As eleições presidenciais estão marcadas para 18 de janeiro de 2026.

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