Guerra e fome prosseguem em Gaza à medida que as conversações para garantir um cessar-fogo vão estagnando.
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O povo palestiniano prepara-se para o Ramadão num clima sombrio e com medidas de segurança a serem reforçadas pelas autoridades israelitas. A guerra e a fome prosseguem em Gaza numa espécie de assombração do mês sagrado muçulmano, por norma festivo, à medida que as conversações para garantir um cessar-fogo vão estagnando.
De acordo com a Reuters, milhares de polícias foram destacados para as ruas da Cidade Velha de Jerusalém, onde dezenas de milhares de fiéis são esperados todos os dias na mesquita de Al Aqsa, um dos locais mais sagrados do Islão. Conhecida como Monte do Templo, é desde há muito tempo um foco de problemas e um dos pontos de partida da última guerra, em 2021, entre Israel e o Hamas.
A campanha implacável de Israel em Gaza tem suscitado um alarme no mundo inteiro, uma vez que o risco da fome ameaça acrescentar-se a um número de mortos que já ultrapassou os 31 mil.
Dependendo das observações lunares, as previsões apontam para que o Ramadão tenha início esta segunda ou terça-feira. Mas, ao contrário dos anos anteriores, as decorações habituais em torno da Cidade Velha não foram colocadas e houve um tom sombrio semelhante nas cidades da Cisjordânia, onde cerca de 400 palestinianos foram mortos em confrontos com as forças de segurança ou colonos judeus desde o início da guerra.
"Decidimos este ano que a Cidade Velha de Jerusalém não será decorada por respeito ao sangue das nossas crianças, dos mais velhos e dos mártires", disse Ammar Sider, um dos líderes comunitário da Cidade Velha, citado pela Reuters.
O que é o Ramadão?
O Ramadão acontece ao nono mês do calendário islâmico, quando os muçulmanos praticam um ritual de jejum em que todos os dias desse mês abstêm-se de comer, beber, fumar ou ter relações sexuais desde o nascer ao pôr do sol. A data de celebração varia todos os anos, mas tem sempre a duração de 29 ou 30 dias.
Esperança de Cessar-fogo
As esperanças de um cessar-fogo que permitia passar pacificamente o Ramadão e possibilitaria o regresso de, pelo menos, alguns dos 134 reféns israelitas detidos em Gaza parecem ter sido corrompidas, com as conversações no Cairo aparentemente bloqueadas, avança a Reuters.
Nas ruínas da Faixa de Gaza, onde metade dos 2,3 milhões de habitantes se encontram na cidade de Rafah, no sul do país, muitos a viver em tendas de plástico e a enfrentar uma grave escassez de alimentos, o ambiente é igualmente sombrio.
"Não fizemos quaisquer preparativos para dar as boas-vindas ao Ramadão porque já estamos em jejum há cinco meses", disse Maha, mãe de cinco filhos, que normalmente teria enchido a sua casa de decorações e abastecido o seu frigorífico com mantimentos para as celebrações noturnas do Iftar, quando as pessoas quebram o jejum.
"Não há comida, só temos alguns alimentos enlatados e arroz. A maior parte dos alimentos está a ser vendida a preços altos e inimagináveis", disse a mesma fonte à Reuters, através de uma aplicação de mensagens a partir de Rafah, onde está abrigada com a família.
Na Cisjordânia, que regista um recorde de violência há mais de dois anos e um novo aumento desde a guerra em Gaza, os riscos também são elevados, com cidades como Jenin, Tulkarm ou Nablus preparadas para novos confrontos.
Em Israel, o receio de violência por parte dos palestinianos levou também a um reforço dos preparativos em matéria de segurança.
Para muitos dos que estão à espera, não há outra alternativa senão esperar pela paz.
"O Ramadão é um mês abençoado, apesar de este ano não ser como todos os anos. No próximo Ramadão, desejamos que Gaza regresse, esperamos que toda a destruição e o cerco em Gaza mudem e que tudo volte em melhores condições", disse Nehad El-Jed, deslocada com a família em Gaza, citada pela Reuters
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