A edição de hoje
Presidente israelita emociona-se com libertação do marido de Shiri e pai de Kfir e Ariel, que poderão ter morrido em cativeiro.
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Mais de 480 dias depois de terem sido raptados pelos Hamas, Yarden Bibas, Ofer Kalderon e Keith Siegel estão de regresso a casa.
Yarden Bibas, de 35 anos, tinha à sua espera o pai e a irmã. “O reencontro de Yarden com a sua família é, simplesmente, de partir o coração. Todos nós continuamos profundamente preocupados com o destino dos nossos amados Shiri, Ariel e Kfir Bibas”, disse o Presidente israelita, Isaac Herzog, referindo-se à sua mulher e aos filhos que também foram raptados e não se sabe se estão vivos ou mortos.
Ofer Kalderon, de 54 anos, foi outro dos reféns libertados. É franco-israelita e obteve cidadania portuguesa já em cativeiro. Foi sequestrado no ‘kibutz’ Nir Oz, juntamente com os dois filhos, de 12 e 16 anos, que foram entretanto libertados em novembro de 2023. Ofer conseguiu a nacionalidade portuguesa em outubro de 2023, pela sua origem sefardita. Assim que chegou ao hospital, reencontrou-se com o irmão e os quatros filhos num abraço emocionado.
O terceiro refém libertado é Keith Siegel, de 65 anos. Nasceu na Carolina do Norte, nos EUA, e emigrou para Israel quando era jovem. Foi levado pelo Hamas, juntamente com a sua mulher. A mulher foi libertada durante outro cessar-fogo em novembro de 2023. A libertação destes três reféns acontece dois dias antes do encontro entre Donald Trump e Benjamin Netanyahu, na Casa Branca. O primeiro-ministro israelita viaja hoje para Washington para se reunir com o Presidente norte-americano para discutirem a próxima fase do cessar-fogo em Gaza.
Yarden Bibas sai do inferno de Gaza sem a mulher Shiri e os filhos Kfir e Ariel
A bicicleta azul de Ariel permanece empoeirada junto à porta de casa da família Bibas. Na moradia há mais restos de quatro vidas interrompidas a 7 de outubro de 2023. Uma bola vermelha, amarela e verde com as cinco quinas de Portugal jaz inerte na tampa de um baú onde também repousa um cartaz de Shiri sorridente com o filho bebé ao colo.
Até o gato preto, de olhar cinzento, respeita o silêncio de morte que se vive no martirizado ‘kibbutz’ Nir Oz, no Sul de Israel, onde Yarden, a mulher, Shiri, e os filhos, Kfir, de nove meses, e Ariel, de quatro anos, foram raptados. Yarden foi libertado ontem em Gaza (ver texto ao lado) sem o resto da família, que permanece no enclave palestiniano.
Roni Kaplan é o porta-voz das Forças de Defesa de Israel que guia os jornalistas pela casa da família que está a emocionar Israel. “Temos muita preocupação sobre o estado de Shiri e dos dois filhos”, confessa o major.
Kaplan recorda que “os pais de Shiri foram assassinados a 7 de outubro” e admite que “estamos a rezar para que regressem com vida”, mas essa é uma esperança cada vez mais difusa. A casa dos Bibas mostra a violência do ataque do Hamas. Na porta do quarto seguro, espécie de divisão fortificada da habitação, há furos de metralhadora que o major explica: “São disparos de saída, feitos de dentro para fora”, o que, na opinião de Roni Kaplan, significa que “Yarden estava a defender a sua família”.
Prisioneiros
Foram libertados este sábado 183 palestinianos, entre os quais estão 18 condenados a prisão perpétua, 54 com penas longas e 111 prisioneiros da Faixa de Gaza que foram detidos após o início da guerra de Gaza a 7 de outubro de 2023.
Reféns
Com a libertação destes três homens, o Hamas já libertou 18 da lista de 33 reféns a serem libertados. Faltam 15, sendo que, destes, oito já estarão mortos. No entanto, não se sabe quais os que morreram.
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