"A luta já está a decorrer nas ruas de Severodonetsk. O inimigo está a avançar", afirmou Serhiy Haidai, citado pelas agências noticiosas internacionais.
Haidai disse que as "infraestruturas críticas da cidade foram quase 100% destruídas, enquanto 90% das casas foram danificadas e 60% delas estão num estado delapidado".
Os militares ucranianos disseram que as forças russas estavam a reforçar as suas posições na periferia nordeste e sudeste de Severodonetsk e a levar equipamento adicional e munições para a área para pressionar a sua ofensiva.
O governador da região de Lugansk disse que dois civis foram mortos e cinco ficaram feridos nos últimos bombardeamentos russos.
"A situação é muito difícil", escreveu Haidai na rede social Telegram.
Em Moscovo, o Comité de Investigação Russo anunciou que bombardeamentos ucranianos mataram hoje cinco civis, incluindo uma jovem de 14 anos, em Donetsk, na zona separatista do leste da Ucrânia.
O porta-voz das forças armadas russas, major-general Igor Konashenkov, anunciou hoje que a artilharia russa destruiu alvos militares na cidade e noutros locais de Lugansk.
Konashenkov precisou que a defesa aérea russa abateu 15 drones (aviões não tripulados) das forças ucranianas em Severodonetsk e noutras zonas do Donbass, a região do leste da Ucrânia onde se situam as autoproclamadas repúblicas de Lugansk e Donetsk.
Disse também que a artilharia russa destruiu mais de 15 tanques e veículos da infantaria, bem como cinco armas de artilharia de grande calibre num hangar do estaleiro ucraniano "Okean" (Oceano) na cidade portuária de Mykolaiv (sul).
As informações sobre a guerra na Ucrânia divulgadas pelas duas partes não podem ser verificadas de imediato por fontes independentes.
Severodonetsk tem sido um alvo-chave da ofensiva russa na região industrial ucraniana do Donbass, sendo umas das poucas zonas ainda não controladas pelas forças de Moscovo na região de Lugansk, segundo as agências internacionais.
A cidade serviu de centro administrativo para a região de Lugansk, que constitui o Donbass juntamente com a região vizinha de Donetsk.
Ao invadir a Ucrânia, em 24 de fevereiro, a Rússia disse que estava a responder a um pedido de ajuda das forças separatistas pró-Moscovo de Lugansk e Donetsk, cuja declaração de independência tinha reconhecido três dias antes.
As forças separatistas controlam parte do Donbass desde 2014, quando iniciaram uma luta armada contra Kiev com o apoio de Moscovo.
Numa mensagem anterior, o governador Serhiy Haidai tinha confirmado a difícil situação em Severodonetsk e a intensificação dos combates na cidade e na vizinha Lysychansk.
"O inimigo utilizou todas as armas possíveis, incluindo aviões. Contudo, as nossas forças armadas estão a defender-se firmemente para impedir o avanço do inimigo", disse Haidai.