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Líder da agência nuclear da ONU aterra na Rússia para dialogar sexta-feira

Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) não especificou com quem Rafael Grossi se vai reunir.

01 de abril de 2022 às 01:00

O diretor-geral do órgão de vigilância nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU), Rafael Grossi, chegou esta quinta-feira ao enclave russo de Kaliningrado, no mar Báltico, para dialogar com altos funcionários da Rússia.

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) não especificou com quem Rafael Grossi se vai reunir na sexta-feira ou adiantou mais pormenores sobre a sua agenda, segundo uma publicação hoje no Twitter.

O diretor-geral da AIEA chegou esta quinta-feira a Kaliningrado após ter estado na Ucrânia, onde visitou uma central nuclear e conversou com o ministro da Energia ucraniano, German Galushchenko, e outras autoridades sobre os esforços para garantir a segurança das centrais nucleares daquele país.

A Ucrânia tem atualmente 15 reatores nucleares ativos em quatro centrais - uma das quais, em Zaporizhzhia, está sob o controlo militar russo.

As forças russas começaram a retirar-se da central nuclear de Chernobyl, que controlam desde os primeiros dias da invasão na Ucrânia, e do aeroporto de Gostomel, perto de Kiev, revelou na quarta-feira fonte do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

De acordo com um alto funcionário do Pentágono, o Exército russo começou a retirar-se do aeroporto de Gostomel, a noroeste de Kiev, e está a reposicionar-se de Chernobyl, deslocando-se para a Bielorrússia.

"Entendemos que estão a sair, mas não consigo dizer se estão todos a ir embora", acrescentou a mesma fonte, citada pela agência France Presse (AFP) e que falou sob a condição de anonimato.

Desde 09 de março que a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) deixou de receber dados diretamente da central nuclear onde ocorreu em 1986 o maior acidente radioativo da história.

Ainda no domingo, a agência das Nações Unidas voltou a manifestar preocupação com a falta de rotatividade dos funcionários desta central desde 20 de março.

A agência para o nuclear da ONU indicou na terça-feira que o seu diretor-geral está na Ucrânia para discutir com responsáveis do governo a disponibilização de "assistência técnica urgente" para garantir a segurança das instalações nucleares do país.

Desde o início da ofensiva militar russa, há mais de um mês, Rafael Grossi tem alertado para os perigos desta guerra, a primeira num país com uma grande capacidade nuclear - 15 reatores em quatro centrais em atividade e vários depósitos de resíduos nucleares.

As forças russas controlam ainda a maior central nuclear da Europa, em Zaporijia.

O porta-voz do Pentágono, John Kirby, tinha revelado que "menos de 20%" das forças russas cujo avanço na região em torno de Kiev foi impedido pelo Exército ucraniano "começaram a reposicionar-se em direção à Bielorrússia".

"Estimamos que se estão a reposicionar na Bielorrússia. Não temos um número exato, mas esta é nossa estimativa preliminar", acrescentou John Kirby em conferência de imprensa.

O responsável norte-americano alertou que as palavras da Rússia sobre uma desescalada em torno de Kiev ainda não estão a ser cumpridas.

O porta-voz do Pentágono explicou que para os Estados Unidos estas movimentação não significam uma retirada, mas uma tentativa da Rússia em reabastecer e reposicionar as suas tropas.

O diretor de comunicação do Departamento de Defesa norte-americano lembrou que Rússia estabeleceu como meta priorizar a região do Donbass, no leste ucraniano.

A Rússia também anunciou, após conversações na terça-feira com negociadores ucranianos em Istambul, que iria reduzir as suas atividades em torno de Kiev e Chernihiv num gesto para aliviar a pressão e ajudar as conversações a encaminhar-se para um acordo.

Apesar da intenção de desescalada manifestada por Moscovo, o governador de Chernihiv, Viacheslav Chaus, disse esta quarta-feira que os ataques russos contra as infraestruturas civis continuaram durante a noite.

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