Centro de acolhimento terá "duas vias rápidas", uma para cuidados de saúde e outra para pedidos de proteção internacional.
A cidade de Lisboa está preparada, a partir desta quinta-feira, para o acolhimento de emergência de refugiados ucranianos, num pavilhão desportivo da Polícia Municipal, onde foram montadas 100 camas, aguardando a chegada de quem necessita de assistência.
"Este centro de acolhimento temporário será essencial em Lisboa, para aqueles que chegam, para os ajudar", afirmou o presidente da Câmara Municipal, Carlos Moedas (PSD), numa visita ao local, na sede da Polícia Municipal, na freguesia lisboeta de Campolide, com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e da embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets.
Ao início da noite, a visita começou no exterior do pavilhão desportivo, onde se iniciará o acolhimento dos refugiados da guerra na Ucrânia, disponibilizando "duas vias rápidas", uma para cuidados de saúde e outra para pedidos de proteção internacional, inclusive para acesso imediato dos números da Segurança Social e do Serviço Nacional de Saúde, "com pouca burocracia", assegurando também alimentação e apoio psicossocial.
"Se nós fizermos todos, enquanto cidade, um grande trabalho, ninguém dormirá aqui, porque não é suposto que ninguém durma aqui", afirmou a diretora do Serviço Municipal de Proteção Civil, Margarida Castro Martins, que é a responsável pela equipa de missão criada para ajudar os ucranianos em Lisboa.
Já dentro do pavilhão desportivo, em que as linhas de jogo foram cobertas por um novo piso para receber as 100 camas da Cruz Vermelha Portuguesa, Margarida Castro Martins explicou que houve "especial preocupação" com as respostas para mulheres e crianças.
Aos jornalistas, o presidente da Câmara de Lisboa afirmou que a capital portuguesa está preparada para a chegada dos refugiados ucranianos, em coordenação com Administração Regional de Saúde (ARS), a Cruz Vermelha Portuguesa, o Alto Comissariado para as Migrações e a Junta de Freguesia de Campolide, que permitiram "em tão pouco espaço de tempo" a criação do centro de acolhimento de emergência, medida anunciada na segunda-feira.
"Já temos tudo preparado, portanto as pessoas podem chegar a partir desta noite", avançou Carlos Moedas, considerando que Lisboa pode "fazer a diferença" no apoio ao povo ucraniano, agradecendo a motivação dada pelo Presidente da República.
Questionado sobre qual a capacidade para acolher refugiados ucranianos, o autarca de Lisboa indicou que essa informação está a ser recolhida pela embaixada da Ucrânia em Portugal, que comunicou existirem "pelo menos de 50 pessoas" que não podiam voltar ao país devido à situação de guerra: "Neste momento, no ponto em que estamos, dizer qualquer número seria um número errado, porque nós não podemos ter ainda esse número".
"Nós já estamos a ajudar pessoas, pessoas que estavam cá em Portugal e que não puderem voltar, temos 17 pessoas já alojadas em hotéis, mas temos sobretudo muitas pessoas em Portugal que querem ajudar, que nos contactam [...] hoje podemos dizer que já temos mais de 800 contactos, em que 2/3 dos contactos foram para ajuda, para doar coisas, para querer ajudar, e 1/3 dos contactos de pessoas que realmente precisam de ajuda, portanto estamos preparadíssimos", declarou o presidente da câmara.
Relativamente a uma solução mais estrutural para os refugiados ucranianos, inclusive habitação, emprego e educação, Carlos Moedas assegurou que está a ser feito esse trabalho, "em conjunto também com todos os outros autarcas do país", adiantando que Lisboa está preparada para que as crianças que cheguem "possam ir imediatamente para a escola".
Reforçando que "Lisboa é uma cidade aberta", o autarca espera que a capital portuguesa seja também "um ponto de chegada" para acolhimento dos refugiados da Ucrânia, uma vez que existe uma comunidade ucraniana "muito sólida e muita integrada socialmente em Portugal", perspetivando que: "Muitos ficarão e aqueles que queiram ficar serão bem-vindos à nossa cidade".
Sobre as medidas para evitar surtos de covid-19, Carlos Moedas indicou que a cidade tem capacidade para poder testar e vacinar os refugiados ucranianos, pelo que "não será esse o problema".
No âmbito do apoio às famílias ucranianas, o presidente da Câmara de Lisboa anunciou, na segunda-feira, a abertura do refeitório municipal de Monsanto para apoiar ucranianos retidos na capital portuguesa e a criação de um centro de acolhimento de emergência para refugiados da Ucrânia num pavilhão da Polícia Municipal.
Para todos os ucranianos que precisam de ajuda e para todos os que querem ajudar, o município disponibilizou a linha telefónica 800 910 111 e o endereço de email sosucrania@cm-lisboa.pt, estando a decorrer no edifício dos Paços do Concelho a recolha de bens essenciais, num esforço conjunto da Câmara de Lisboa e das 24 juntas de freguesia da cidade.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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