Números mais recentes da UNESCO identificam 74 sítios de natureza religiosa, 13 museus, 33 edifícios históricos e 26 edifícios destinados a atividades culturais.
Mais de 170 monumentos e sítios históricos, do património cultural ucraniano, foram atingidos pela guerra, desde a invasão russa de 24 de fevereiro, anunciou a Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura (UNESCO), no levantamento de agosto.
Ao todo, são 171 os locais atingidos, muitos deles destruídos, de museus a instalações universitárias, de bibliotecas a igrejas e catedrais, de escolas a edifícios históricos e de interesse cultural, como as igrejas da Natividade e da Santíssima Trindade, em Kyiv, o Memorial do Holocausto, em Kharkiv, o Museu de Belas Artes de Odessa, e os museus de Mariupol e Melitopol, ambos sujeitos a destruição e saque, como denunciaram as autoridades ucranianas e verificou em reportagem, em maio, o jornal The New York Times.
Os números mais recentes da UNESCO, relativos a património cultural atingido, danificado ou mesmo destruído pela guerra, identificam 74 sítios de natureza religiosa, 13 museus, 33 edifícios históricos e 26 edifícios destinados a atividades culturais, contando-se ainda 17 monumentos e oito bibliotecas.
O levantamento da UNESCO, atualizado este mês, contabiliza, entre outros, 47 sítios danificados ou destruídos na região de Donetsk, a maioria em Mariupol, 42 na área de Kharkiv, 26 locais na área de Kyiv, 18 em Lugansk, e 14 sítios atingidos na região de Chernihiv, identificando ainda mais de duas dezenas de casos de património cultural atingido ou devastado nas regiões de Zaporizhzhya, Zhytomyr, Sumy, Mykolaiv e Vinnytsya.
Até à data, nenhum sítio classificado como Património Mundial, pela UNESCO, "parece ter sido danificado", afirma a organização.
A UNESCO tem estado a efetuar uma avaliação preliminar dos danos em bens culturais, cruzando os incidentes relatados com várias fontes fiáveis, alertando para os dados publicados, atualizados regularmente, não comprometerem a Organização.
Em paralelo, a UNESCO está a desenvolver, com organizações parceiras, um sistema para avaliação independente de coordenação, dos dados na Ucrânia, incluindo análise de imagens de satélite, de acordo com as disposições da Convenção de Haia de 1954, para a Proteção de Bens Culturais em Caso de Conflito Armado.
Entretanto, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) e o Centro Internacional de Estudos para a Conservação e Restauro de Bens Culturais (ICCROM) empreenderam uma missão conjunta que decorreu na primeira quinzena de julho passado, para dar apoio aos esforços do Ministério da Cultura e da Política de Informação da Ucrânia, assim como às organizações do património e profissionais no país, na atual conjuntura de conflito bélico, divulgaram hoje aquelas entidades.
Numa reunião com o ministro ucraniano da Cultura e da Política de Informação, Oleksandr Tkachenko, foram debatidas as possibilidades de "assistência técnica e formação para a proteção do património cultural que enfrenta um risco iminente, devido à guerra em curso", lê-se no comunicado divulgado pelo ICOMOS.
Nesta reunião participaram outros responsáveis como a diretora-adjunta do ministério ucraniano, Kateryna Chuieva, e representantes da Fundação ALPHI, cujo trabalho se centra na proteção da herança cultural em zonas de conflito.
O ICOMOS e o ICCROM "ofereceram a sua assistência na estabilização do património que foi danificado".
No seu portal na Internet, a ALIPH afirma que, "desde as primeiras horas do conflito na Ucrânia", se mobilizou "para ajudar a proteger o património cultural e os profissionais do património do país".
"A Fundação entrou rapidamente em contacto com organizações internacionais de património e autoridades ucranianas e, por meio de redes polacas e moldovas, a ALIPH abordou profissionais ucranianos para avaliar e responder às necessidades no terreno".
No passado mês de março, a ALIPH adotou o Plano de Ação Ucraniano, com um fundo financeiro inicial de dois milhões de dólares norte-americanos (cerca de 1,96 milhões de euros, ao câmbio atual) para projetos, e desde então, aumentou o valor para três milhões (cerca de 2,94 milhões de euros).
A delegação internacional reuniu-se ainda com autoridades locais, organizações não-governamentais e académicos nas cidades de Kiev, Chernihiv e Lviv, incluindo membros do ICOMOS-Ucrânia e do ICCROM.
A delegação visitou também as cidades da região de Kiev - Hostomel, Borodyanka e Bucha - e as aldeias da região de Chernihiv -Lukashivka e Yahidne.
"As visitas não foram limitadas aos principais sítios do património cultural, como a Catedral de Santa Sofia, e os edifícios monásticos associados, KyivPechersk Lavra, que faz parte da Lista do Património Mundial, mas também áreas urbanas e rurais, assim como zonas naturais, como a floresta de Mykulychi na região de Kiev. Em Chernihiv, foi realizado um teste no terreno utilizando a aplicação de avaliação dos danos e riscos do património cultural, desenvolvida pela ICCROM", lê-se no mesmo documento.
No comunicado ICOMOS, é realçada a ação da Iniciativa de Resposta a Situações de Emergência do Património (HERI), "que está ativamente envolvida nos primeiros socorros e na recuperação do património afetado na Ucrânia".
Da delegação internacional fizeram parte a belga Teresa Patrício, presidente do ICOMOS, a turca Zeynep Gül Ünal, vice-presidente do ICOMOS e do seu Comité Científico Internacional de Preparação de Riscos, coordenadora pelo ICOMOS Equipa de Intervenção de Acompanhamento e Resposta à Crise na Ucrânia, e Aparna Tandon, que chefia o Programa Sénior "Resilience for Cultural Heritage in Times of Crisis & Sustaining Digital Heritage Programmes", do ICCROM.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.