Governo entende que "é fundamental reforçar as interligações europeias a nível da energia, em particular entre Portugal e Espanha".
Portugal voltou a defender esta segunda-feira em Bruxelas a necessidade de a União Europeia fortalecer a diversificação de fontes e rotas de gás e investir nas interligações energéticas da Península Ibérica com o resto da Europa.
A posição foi expressa pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, num Conselho extraordinário de ministros da Energia da UE em Bruxelas, convocado na sequência da decisão da semana passada da empresa russa Gazprom de suspender o fornecimento de gás a dois Estados-membros, Polónia e Bulgária, que levou a uma reflexão, esta segunda-feira, entre os 27.
Indicando que a reunião extraordinária desta segunda-feira "foi muito centrada no tema do gás e da decisão da Gazprom" -- e não num eventual embargo às importações de petróleo russo, também cada vez mais na ordem do dia --, o ministro revelou que, basicamente, cada Estado-membro procurou "responder a duas questões muito concretas: qual é a sua atual circunstância relativamente a este tema em concreto do gás, e segundo, o que é que cada país entende que deve ser feito no futuro, para a UE ter maior nível de resiliência relativamente ao mercado do gás".
"Nós reforçámos nesta reunião aquilo que é a posição portuguesa relativamente à necessidade de fortalecer a diversificação de rotas e fornecedores na União e aproveitar melhor os terminais GNL [gás natural liquefeito] existentes, como é o caso do terminal de Sines. E, se isso for feito, Portugal pode obviamente reforçar o seu apoio e ajuda no fornecimento de GNL a toda a Europa", declarou o ministro.
De acordo com Duarte Cordeiro, o Governo entende que também "é fundamental reforçar as interligações europeias a nível da energia, em particular entre Portugal e Espanha e Espanha e França, e que deve ser disponibilizado financiamento europeu para estas infraestruturas, que esta segunda-feira poderão ser usadas por exemplo no gás, mas amanhã poderão ser usadas em gases renováveis ou mesmo hidrogénio".
"É muito importante para Portugal que volte a colocar-se na agenda política a questão das interligações a nível europeu e que elas possam ser suportadas e financiadas. Neste momento já não é só uma questão de se olhar para Portugal e Espanha na perspetiva de terem uma fraca interligação com o resto da Europa, é também o facto de que Portugal e Espanha podiam estar a ajudar mais o resto da Europa, e não ajudam porque não há essa interligação", sublinhou o ministro.
Relativamente à decisão da Gazprom, que na semana passada cortou o fornecimento de gás à Polónia e Bulgária por estes países não pagarem em rublos, o ministro comentou que "houve da parte dos Estados-membros uma condenação desta decisão unilateral da Gazprom, e foi demonstrada solidariedade por todos os países da União relativamente aos países afetados, a Bulgária e a Polónia".
"Houve claramente também a conclusão relativamente à necessidade de acelerar todos os processos de coordenação e mecanismos de solidariedade e dada prioridade à adoção, entre outras coisas, de medidas legislativas relativamente ao reforço de capacidade de armazenamento dos Estados-membros, bem como rapidez no processo de compras coletivas por parte da União relativamente a gás e hidrogénio", disse.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra na Ucrânia, causada pela invasão russa do país, agravou a situação de crise energética em que a UE já se encontrava.
As tensões geopolíticas devido à guerra da Ucrânia têm afetado o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros, tendo Duarte Cordeiro explicado que Portugal "está pouco exposto ao fornecimento de gás russo", explicando que, em 2021, este representou menos de 10% do gás importado por Portugal, valor que já estava previsto ser ainda mais baixo este ano.
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