Presidente russo comparou as acusações com a alegada encenação do arsenal químico iraquiano em 2003.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse esta terça-feira que o massacre de Bucha, alegadamente perpetrado pelas tropas russas na região de Kiev, é uma falsificação que comparou a acusações contra o homólogo e aliado sírio, Bashar al-Assad.
As autoridades ucranianas anunciaram esta terça-feira que já contabilizaram 400 civis mortos em Bucha, alegadamente vítimas de massacres das forças russas antes de se retirarem daquela cidade e de outras localidades nos arredores da capital da Ucrânia.
Numa conferência de imprensa com o Presidente da Bielorrússia após uma visita ao cosmódromo Vostochny, no leste da Rússia, Putin disse que Alexander Lukashenko lhe entregou documentos relativos a Bucha e considerou que a acusação de massacres russos é falsa.
Putin recordou o alegado arsenal químico iraquiano que serviu de pretexto para a invasão do Iraque pelos Estados Unidos, em 2003, e que foram encenadas provocações semelhantes na Síria, acusando Al-Assad de utilizar armas químicas.
"Depois, verificou-se que se tratava de uma falsificação. A mesma farsa está em Bucha", disse o líder russo, citado pela agência oficial TASS.
Putin disse também que sempre que um líder ocidental lhe fala em atrocidades na Ucrânia, recorda a destruição causada pelos aviões norte-americanos em cidades sírias como Al-Raqa, onde morreram centenas de civis em 2017.
"Ninguém reagiu então", disse.
Putin salientou que a campanha militar na Ucrânia "está a decorrer de acordo com o plano" e que a sua duração dependerá da "intensidade dos combates", o que, segundo admitiu, implica perdas do lado russo.
"A nossa missão é atingir todos os objetivos estabelecidos, minimizando ao mesmo tempo as baixas. Vamos agir com firmeza, calma, de acordo com o plano que foi inicialmente elaborado pelo Estado-Maior", disse, citado pela agência espanhola EFE.
Quanto à crítica do chanceler austríaco, Karl Nehammer, de que está "imerso numa lógica bélica", Putin manteve a sua posição.
"A nossa lógica é simples. O nosso objetivo é ajudar as pessoas que vivem no Donbass, que sentem uma ligação inquebrável com a Rússia e que durante oito anos foram vítimas de genocídio", respondeu, reafirmando um dos objetivos da invasão da Ucrânia.
Explicou que as ações militares noutras regiões ucranianas estão relacionadas com a intenção de neutralizar as forças inimigas, destruir infraestruturas militares e "criar condições para ações militares mais ativas no território do Donbass".
Putin admitiu que a operação russa na Ucrânia é uma "tragédia", embora inevitável, e considerou que o mundo está a assistir à "rutura do sistema mundial unipolar que foi formado após a desintegração da União Soviética".
"Muitos dizem que os Estados Unidos estão prontos para lutar contra a Rússia até ao último ucraniano. Dizem-no ali e aqui. Essa é a quintessência do que está a acontecer", acrescentou.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, desencadeando uma guerra que provocou um número de vítimas civis e militares ainda por contabilizar.
A guerra, que entrou hoje no 48.º dia, levou à fuga de mais de 11 milhões de pessoas, incluindo 4,6 milhões para países vizinhos, naquela que é considerada a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
As Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária devido à guerra na Ucrânia.
A comunidade internacional reagiu à invasão russa com sanções económicas e políticas contra Moscovo, e com o fornecimento de armas a Kiev.
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