Afinal, espetáculo com drag queens apresentado nos Jogos Olímpicos não era sátira ao quadro 'A Última Ceia'

Diretor criativo da cerimónia assegurou que apresentação teve como inspiração festas pagãs ligadas aos deuses do Olimpo.

30 de julho de 2024 às 22:52
Versão da 'Última Ceia' apresentada na abertura dos Jogos Olímpicos Foto: DR
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O diretor criativo responsável pela cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos Paris 2024 garantiu que não se inspirou na obra 'A última Ceia', de Leonardo da Vinci, para o espetáculo que envolveu drag queens. Depois da notícia ter corrido o mundo e de ter sido fortemente criticado pela Igreja católica e pela extrema-direita, Thomas Jolly decidiu vir a público para esclarecer que o espetáculo não foi pensado como uma sátira ao quadro religioso e que tinha, na realidade, o objetivo de representar uma festa pagã ligada aos deuses do Olimpo, onde nasceram as olimpíadas.

"Nunca encontrarão em mim qualquer desejo de troçar ou denegrir o que quer que seja. Queria realizar uma cerimónia que reparasse e reconciliasse. E para reafirmar os valores da nossa República", assegurou, citado pelo jornal Le Figaro

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Na apresentação participaram várias drag queens, uma mulher transgénero e um homem nu, que estava caracterizado como o Dionísio, deus grego do Vinho.

"Há Dionísio a chegar a esta mesa. Está lá porque é o deus da festa (...), do vinho, e pai de Sequana, a deusa ligada ao rio. A ideia era antes fazer uma grande festa pagã ligada aos deuses do Olimpo", explicou. 

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De acordo com a organização dos Jogos Olímpicos, o espetáculo teve por objetivo sensibilizar a audiência "para o absurdo da violência entre os seres humanos". Thomas Jolly afirmou ainda que o objetivo era celebrar a diversidade e prestar homenagem à festa e à gastronomia francesa.

A Igreja Católica e a extrema-direta descreveram a apresentação como uma "troça ao cristianismo" e uma "ode à cultura 'woke'".

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