"Saio cada vez menos para trabalhar": França aperta o cerco à prostituição nos Jogos Olímpicos
Reforço do policiamento coloca trabalhadores do sexo "sob pressão".
O maior fluxo de visitantes em França com os Jogos Olímpicos de Paris conduziu a um aumento das patrulhas policiais, o que está a apertar o cerco à atividade da prostituição, relatou a RFI.
Uma trabalhadora do sexo chinesa em Paris disse sentir-se "sob pressão" e "constantemente com medo" porque "todos os dias há verificações policiais", em declarações à AFP. "Saio cada vez menos para trabalhar", acrescentou Huan (nome fictício), de 55 anos.
Cerca de 40.000 pessoas, a esmagadora maioria mulheres, vendem ou são exploradas para sexo em França. Pela lei francesa, vender sexo é permitido, mas é ilegal explorar alguém ou pagar por sexo.
O problema para os trabalhadores agrava-se se não tiverem a documentação em dia. "Se me prenderem, vou ser enviada de volta para a China e não me vão dar assistência médica lá", contou Huan.
Uma outra trabalhadora do ramo em Paris, Mylene Juste, manifestou incómodo com as novas regras de segurança que limitam a circulação de peões e veículos. "Os nossos clientes regulares não conseguem vir com todas as restrições em vigor. E não estou a ver os turistas que passam por aqui a pular em cima de nós. Então, vamos sair daqui", lamentou a mulher de 50 anos.
"Os clientes acedem a um site, marcam uma categoria, preço e horário", detalhou fonte da polícia francesa. É como encomendar comida online, "mas neste caso são meninas", acrescentou.
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