Novos rostos do Parlamento prometem fazer ouvir a sua voz em matérias como os impostos, o combate à corrupção e o ambiente.
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A Iniciativa Liberal, de Carlos Guimarães, foi o primeiro dos três novos partido com assento parlamentar, a confirmar a eleição. Será João Cotrim de Figueiredo, cabeça de lista por Lisboa, a assumir o cargo. A redução da carga fiscal é uma das bandeiras do partido, que propõe uma taxa única de IRS de 15% para os rendimentos acima dos 650 €. Objetivo: garantir que "as pessoas voltem a acreditar que é possível subir na vida trabalhando e investindo".
Já André Ventura, líder do Chega, define como prioridades do seu mandato de deputado - o último a ser conhecido na noite eleitoral - "a reforma da Justiça, o combate à corrupção e a moralização do sistema político". Será "uma tarefa exigente, mas procurarei dignificar a função e a confiança que os eleitores depositaram em mim", promete, garantindo ainda que irá defender "a redução do número de deputados", mesmo que isso prejudique o seu partido".
Também o Livre fará a sua estreia no Parlamento, pela voz de Joacine Katar Moreira, que desde cedo anunciou quais as ideias pelas quais se vai bater na casa da Democracia.
Desde logo, um aumento do salário mínimo nacional para os 900 euros: "Ninguém vive com um ordenado de 600 euros", diz a deputada eleita pelo Livre, um partido que se assume ecologista, feminista e antirracista.
Cotrim de Figueiredo
Deputado da Iniciativa Liberal
"Representar 65 545 não é mochila leve"
A confidência de Cotrim de Figueiredo, 58 anos, pai de quatro filhos, retrata a convicção na responsabilidade. Pensava igual quando nas vésperas da votação entregava panfletos sozinho à porta do Vasco da Gama.
Aprendeu cedo, aos 15 anos, quando o pai o mandou ao Braz & Braz vender cabides produzidos na fábrica da família. Aluno do Colégio Alemão, licenciou-se na London School of Economics. Trabalhou com António Pires de Lima na Compal, tratou pelo grupo Jorge de Mello da privatização da Tabaqueira, foi presidente do Turismo de Portugal (2013-16).
Aqui, teve azar: entre aceitar e entrar em funções, o ordenado teve corte de 10%. Agora é diferente: "Entrar na política a pensar em ordenado é um mau princípio".
André Ventura
Deputado do Chega
"O futebol não me rendeu mais votos"
u Casado, filho de pai comerciante e mãe administrativa, o professor universitário André Claro Amaral Ventura, de 36 anos, teve um percurso escolar brilhante.
Licenciou-se em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, com média final de 19 valores, tendo, mais tarde, tirado o doutoramento em Direito Público pela National University of Ireland.
Natural de Algueirão, concelho de Sintra, divide a atividade docente por várias faculdades, sendo ainda inspetor da Autoridade Tributária e Aduaneira.
Autor de artigos científicos na área do Direito, o deputado do Chega é um apaixonado pelo Benfica. Admite que os seus comentários televisivos sobre futebol lhe conferiram visibilidade, mas rejeita que lhe tenham rendido votos.
"Não renderam. Deu notoriedade, claro, mas os portugueses sabem muito bem distinguir as coisas".
Joacine Katar Moreira
Deputado do Livre
"Sonho com Portugal mais igualitário"
"Este é o momento de afirmar o combate contra as assimetrias sociais e económicas."
Joacine Katar Moreira entra na Assembleia com o sonho de um "Portugal cada vez mais igualitário".
Com 37 anos, doutorada em Estudos Africanos, no ISCTE, e mãe de uma menina de três, a deputada do Livre é natural da Guiné-Bissau. Veio para Portugal aos oito anos, estudou no colégio de freiras do Gradil e naturalizou-se portuguesa quando entrou para a universidade.
Em África, tem uma ascendência de mérito. O trisavô recebeu condecoração do presidente Carmona e o avô foi fundador e presidente do Instituto do Trabalho e Ação Social da Guiné.
Da noite das eleições fica uma alegria amarga pela também entrada de um partido ultraconservador. "Combateremos democraticamente ideologias antidemocráticas", garante.
Heloísa sai com direito a subvenção vitalícia
As Legislativas levaram a baixas de peso no Parlamento, como Heloísa Apolónia, deputada há 24 anos do PEV, por não ter sido eleita. A líder parlamentar do PEV sai com direito a subvenção vitalícia. O CM questionou a jurista se iria prescindir do subsídio, mas até à hora do fecho da edição não obteve resposta.
Jorge Machado, deputado do PCP há 14 anos, é outra das baixas. Ao CM, revelou que vai regressar à advocacia, mantendo as tarefas partidárias na concelhia da Póvoa de Varzim e na direção regional do Porto.
Ao fim de 14 anos como deputado e de oito como líder parlamentar do CDS, Nuno Magalhães também sai do Parlamento. O futuro político está em aberto, só sabe que vai continuar a dar aulas de Direito na Lusófona.
Hélder Amaral, deputado centrista há 17 anos, também não foi eleito. Desiludido, decidiu abandonar todos os cargos políticos a nível nacional e distrital, ficando apenas como militante de base.
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