Donald Trump, um ano de presidência polémica
Prometeu controlar a imigração mas não fez o muro no México e viu chumbadas as leis para banir refugiados.
O presidente que prometeu sacudir o ‘status quo’ em Washington completou este sábado o primeiro ano no poder. Os EUA nunca tiveram um líder como ele mas o balanço da sua gestão está longe de ser lisonjeiro. A sublinhar isso mesmo, no dia do aniversário, a oposição democrata no Senado rejeitou o orçamento parcelar e o governo ficou em ‘shutdown’, ou seja, as instituições governativas fecharam por falta de fundos.
Mas este é um episódio marginal de um ano durante o qual Trump acumulou fracassos e polémicas. Tentou e falhou repetidamente a reforma da lei de saúde de Barack Obama, continua sem dar um passo na construção do muro do México e as leis para bloquear refugiados foram sucessivamente chumbadas nos tribunais.
No lado das polémicas, as relações com a Rússia forçaram a demissão de Michael Flynn, a 13 de fevereiro. O conselheiro de Segurança Nacional admitiu contactos com enviados russos e aceitou colaborar com o FBI numa investigação que ditou o afastamento do diretor da agência, James Comey, que acusa Trump de o pressionar para encerrar a investigação. Mas a pressão mantém-se. Robert Mueller, antigo diretor do FBI, chefia uma comissão que investiga ainda os laços com a Rússia.
Trump apostou numa agenda isolacionista, retirando os EUA dos acordos de Paris para proteção do ambiente e pondo em causa a reaproximação a Cuba e o acordo nuclear com o Irão. Além disso alimentou uma querela perigosa com a Coreia do Norte.
No final de 2017 deu outro passo polémico. Reconheceu Jerusalém como capital de Israel, pondo fim a 70 anos de neutralidade dos EUA no conflito mais duradouro do mundo moderno.
Trai mulher com atriz porno e paga para abafar caso
A atriz pornográfica Stormy Daniels contou, em entrevista, que iniciou em 2006, no Nevada, uma relação com Trump que durou cerca de um ano.
O presidente dos EUA nega, mas o ‘The Washington Post’ afirmou que em 2016, pouco antes de ser eleito, Trump pagou mais de 100 mil euros pelo silêncio da atriz. Stormy diz que o presidente, na altura já casado com Melania, fazia sexo sem preservativo por ser alérgico ao latex.
Livro que quis proibir esgota em minutos
O presidente Donald Trump tentou proibir o livro ‘Fire and Fury’, no qual o jornalista Michael Wolff retrata uma Casa Branca onde todos consideram o presidente estúpido e louco. Diz ainda que Trump tem o hábito de dormir com as mulheres dos amigos. A editora antecipou a publicação para evitar um embargo e o livro esgotou na sexta-feira, dia 5, pouco depois de ser lançado.
Wolff é acusado de falta de rigor, mas uma das declarações que cita no livro, na qual Steve Bannon acusa o filho de Trump de "traição", por ter mantido contactos com enviados russos, valeu a rutura definitiva entre Trump e Bannon, o homem que delineou a agenda mais xenófoba do presidente. Wolff diz ter usado mais de 200 entrevistas, entre elas conversas com Trump. O presidente nega e diz que o autor não falou com ele nem teve acesso aos bastidores da Casa Branca.
"Também tenho um botão nuclear"
O clima de crescente tensão com a Coreia do Norte, a fazer lembrar a Guerra Fria, foi uma das marcas do ano de mandato de Trump. "Os EUA devem saber que o botão para as armas nucleares está na minha secretária. Isto não é chantagem, é a realidade", disse o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, apelidado por Trump de "cachorrinho doentio". "Eu também tenho um botão nuclear, e é muito maior e mais poderoso do que o dele. E o meu botão funciona!", ripostou Donald Trump no Twitter.
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